Tebet defende ministério da Segurança Pública e Accorsi volta a ser cotada

Interlocutores confirmam conversas sobre Adriana, em caso de divisão da atual pasta de Justiça e Segurança Pública

Postado em: 30-11-2023 às 07h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Tebet defende ministério da Segurança Pública e Accorsi volta a ser cotada
De acordo com essa pessoa, Accorsi segue sendo citada e é apresentada entre as entidades de segurança do PT | Foto: Reprodução

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet é um dos principais nomes para assumir a pasta de Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), após indicação dele para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ela, contudo, defende a divisão do ministério em dois. Caso isso ocorra, existe um núcleo do PT que quer a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) no comando do provável ministério da Segurança Pública – este seria recriado.

Em entrevista à Folha, mesmo antes da indicação de Dino, Abdael Ambruster, coordenador setorial de Segurança Pública do PT, afirmou que Accorsi “é uma das maiores referências do PT sobre o tema e é uma mulher, o que contempla a questão de gênero”. Adriana é ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás.

Uma fonte ligada à deputada confirmou ao Jornal O Hoje que as conversas sobre o tema continuam. De acordo com essa pessoa, Accorsi segue sendo citada e é apresentada entre as entidades de segurança do PT. Ressalta, todavia, que oficialmente isso não é tratado. “Até porque, está muito cedo”, afirma.

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“Ela é um nome forte e por ser mulher – a paridade de gênero tem sido a maior cobrança ultimamente –, a indicação pode, sim, acontecer [caso a pasta seja recriada]. Ninguém descarta. Nem ela, nem as entidades do PT.” A discussão, contudo, ainda deve demorar.

Outro petista também confirma os diálogos. Relata, ainda, que o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) estaria no páreo, mas que Adriana teria vantagem. O parlamentar estaria “apagado”, na visão deste interlocutor.

Adriana, vale citar, é pré-candidata à prefeitura de Goiânia. Um ministério, obviamente, daria mais visibilidade a petista que terá uma campanha com múltiplos concorrentes em 2024. Além disso, caso a ocupação do cargo se concretize, ela cederia espaço ao suplente, o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Edward Madureira (PT), para assumir o mandato na Câmara.

Defesa de Tebet

Em relação a Tebet, ela já defendia a separação dos ministérios da Justiça e Segurança desde a campanha presidencial, em 2022. Segundo ela, nada mudou. “É uma questão de coerência, os problemas não mudaram.”

Em conversa com jornalistas após participar de seminário da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), em Brasília, ela ressaltou que a discussão sobre o assunto é importante. “Essa divisão eu defendi na época, enquanto candidata. Hoje eu sou ministra e, obviamente, sigo a determinação do governo do qual faço parte, mas acho saudável a discussão.”

Sobre ter sido consultado por Lula para assumir a pasta de Dino, ela nega. “Não vamos esquecer que o Ministério da Justiça ainda tem titular. Neste momento não é hora de falar de ocupação de novos cargos, nem de nomeação, porque não há vacância. Não fui sondada, não fui convidada, estou no Ministério do Planejamento e Orçamento a convite do presidente Lula, como ele disse, da cota pessoal dele”, afirmou.

Flávio Dino

Dino foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo da semana para vaga no STF. Ele, contudo, precisa passar pelo Senado. O primeiro passo é a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) marcou o encontro para 13 de dezembro. Aprovado, ele segue para o plenário.

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