PF aponta obstrução de Justiça da Abin durante cumprimento de mandados

Agentes da PF afirmam terem enfrentado resistência ao questionarem sobre a extensão dos mandados, sendo impedidos de acessar todos os documentos

Postado em: 27-01-2024 às 19h00
Por: Tathyane Melo
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Agentes da PF afirmam terem enfrentado resistência ao questionarem sobre a extensão dos mandados, sendo impedidos de acessar todos os documentos | Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) revelou indícios de uma possível tentativa de obstrução de justiça por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a execução de mandados de busca e apreensão em sua sede, na última quinta-feira (25). Agentes da PF afirmam terem enfrentado resistência ao questionarem sobre a extensão dos mandados, sendo impedidos de acessar todos os documentos.

Diante do impasse, foi necessário acionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para a obtenção de um novo despacho. O objetivo da ação judicial era acessar documentos supostamente produzidos pela chamada “Abin paralela”, envolvida em atividades de espionagem ilegal.

A PF, em colaboração com a Controladoria Geral da União (CGU), liderada pelo ministro Vinicius Carvalho, está conduzindo as investigações. O STF autorizou a CGU a ter acesso ao material investigativo, permitindo que a PF aprofunde suas apurações sobre as atividades da Abin paralela.

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Por conta dos posicionamentos da Abin, o governo Lula avalia a possibilidade de demissão da cúpula da agência de inteligência. Alessandro Moretti, atual ocupante do segundo cargo mais alto da Abin, está cotado para deixar o cargo. 

A investigação aponta que a Abin mantinha uma ala paralela envolvida em espionagem ilegal, utilizando o software israelense FirstMile. Esta ferramenta permitia monitorar dispositivos móveis por meio de dados de GPS, possibilitando não apenas o acompanhamento dos alvos, mas também a identificação de seus contatos.

O diretor-geral da PF, Andrei Passos, informou que a espionagem atingiu cerca de 30 mil brasileiros, incluindo ministros e políticos de oposição ao governo.

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