PL e PT adotam estratégias opostas na disputa por Goiânia

Partidos podem repetir, na esfera local, polarização que marcou eleição de 2022

Postado em: 30-01-2024 às 10h30
Por: Gabriel Neves Matos
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Enquanto o PL vai nacionalizar o debate eleitoral, o PT irá focar em uma frente ampla e nas questões locais como infraestrutura, mobilidade, saneamento e iluminação | Foto: Reprodução/Montagem

Protagonistas no segundo turno das eleições de 2022, o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverão adotar estratégias distintas na disputa pela Prefeitura de Goiânia na eleição deste ano. A polarização que marcou o último pleito a eleger o chefe do Executivo nacional pode decantar na corrida pela capital goiana. Enquanto o PL vai nacionalizar o debate eleitoral, o PT irá focar em uma frente ampla e nas questões locais como infraestrutura, mobilidade, saneamento e iluminação. 

Único nome confirmado para a eleição em Goiânia até o momento, a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) — que terá sua pré-candidatura a prefeita oficializada no próximo sábado (3) em evento na Capital, conforme antecipou O HOJE —, ressaltou em entrevista recente a este jornal que o eleitor está mais preocupado com as questões locais. “A nacionalização do debate não resolve os problemas da cidade. O eleitor quer saber como serão sanadas as questões cotidianas que afetam diretamente sua vida”, afirmou a deputada.

Accorsi aparece entre os três nomes mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de Goiânia, algo que já viu ocorrer quando se candidatou ao mesmo cargo em 2020. O PT, no entanto, sequer chegou ao segundo turno. Na ocasião, Maguito Vilela saiu vitorioso sobre o adversário Vanderlan Cardoso (PSD), com quem, hoje, o partido de Accorsi dialoga e tenta montar chapa. 

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Uma das estratégias de campanha do PT, à época, era retomar ao eleitor goianiense a lembrança de gestões petistas anteriores, além de tentar espantar a rejeição ao partido que tomou conta do país a partir das investigações da Operação Lava Jato, em 2014.

A frente ampla que ajudou o presidente Lula a ser eleito em 2022 pode influir na candidatura do PT em Goiânia, segundo defende a vereadora Kátia Maria, presidente estadual do partido. “A pauta da democracia estará presente em Goiás e no Brasil”, afirmou a parlamentar em recente entrevista ao jornal O HOJE. 

Um dos maiores representantes do bolsonarismo em Goiás, o deputado federal Gustavo Gayer é, até o momento, o pré-candidato do PL para a Prefeitura de Goiânia. Estreante na eleição de 2020, sem tempo de TV, sem expressão nas pesquisas da época e sem coligações, Gayer disputou o mesmo cargo pelo Democracia Cristã e ficou em quarto lugar com 7,62% dos votos. 

Desta vez, surfando na mesma onda da polarização política que marcou as eleições presidenciais de 2022, o PL goiano deverá apostar em fichas semelhantes no pleito municipal deste ano. Além de não abrir mão de candidatura própria em Goiânia, a legenda ainda não definiu vice e deve seguir as orientações do Diretório Nacional do partido que recomendam a formação de chapas puras, que é quando a sigla lança seus pré-candidatos sem coligações.

Segundo integrantes do partido ouvidos pelo jornal O HOJE, as discussões locais estarão presentes na campanha do PL pela Prefeitura da Capital, mas a nacionalização do debate é que deve ganhar contornos mais acentuados. Isto inclui, por exemplo, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Aliado do ex-mandatário, Gayer deve receber as “bênçãos” oficiais de Bolsonaro em apoio a sua pré-candidatura nas próximas semanas. Dentro do PL, a expectativa é de que o ex-presidente viaje a Goiânia para sacramentar, juntamente com as demais lideranças partidárias, o nome do deputado. 

Caso ocorra, o evento dará desfecho à estratégia da sigla de viabilizar um nome na disputa à Prefeitura de Goiânia que teve início ainda em 2023. Em agosto do ano passado, Bolsonaro esteve na Capital para se reunir com aliados e receber o título de cidadão goiano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Na ocasião, o ex-presidente posou para foto com Gayer e também com o então deputado estadual Fred Rodrigues (DC), que teve mandato cassado pelo TSE no fim do ano.

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