Caiado manda recado a auxiliares para que ninguém fale em seu nome

Comentário é que as informações acerca do processo de escolha e construção de uma candidatura para a disputa caberá unicamente e exclusivamente ao governador. E isso, ao que tudo indica, ficou, de uma vez por todas, absolutamente claro

Postado em: 06-02-2024 às 08h30
Por: Luan Monteiro
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Tudo começou quando o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), anunciou sua desistência da corrida por Goiânia | Foto: Reprodução

O clima tenso que se instalou na base caiadista ao longo do mês de janeiro ainda traz reflexos significativos para a política local. Tudo começou quando o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), anunciou sua desistência da corrida por Goiânia. A atitude teria sido tomada em função de um recado do governador repassado a Bruno por meio de um interlocutor governista. A mensagem consistia em um pedido expresso para que o deputado não atropelasse o processo de definição de um representante do time caiadista nas eleições de 2024. 

A reação de Bruno, atrelada ao descompasso da base em relação ao ‘nome certo’ para a disputa, deixa mais do que claro que os caiadistas não falam a mesma língua. Pelo menos por enquanto. Bruno, apesar do recuo, continua trabalhando com afinco em busca de um lugar ao sol na queda de braço pela cadeira de Rogério Cruz (Republicanos). Ao mesmo tempo, o ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB), tenta provar com determinação que tem viabilidade para a disputa e mais do que isso: que tem a preferência do governador.

Diante do imbróglio, a informação que circula nos bastidores do palácio é que o governador teria dado, após o episódio, mais um duro recado. Dessa vez, porém, aos auxiliares: ninguém fala em seu nome, especialmente quando o assunto for as eleições 2024. As informações acerca do processo de escolha e construção de uma candidatura para o pleito caberá unicamente e exclusivamente ao governador. E isso, ao que tudo indica, ficou  absolutamente claro. 

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Desde então, um silêncio ensurdecedor pairou sobre o núcleo duro do governo. Não houve nenhuma outra sinalização a respeito das movimentações do governo. Ao passo em que Bruno continua se movimentando nos bastidores pela viabilização de seu nome, Jânio articula aqui e ali impulsionado pelo espírito da esperança em ver seu nome como um verdadeiro consenso.

O fato mais marcante no que diz respeito às eleições de 2024 ocorreu há uma semana, quando o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PRD, rumo ao MDB) declarou apoio ao nome de Darrot. Na ocasião, Mendanha afirmou e reafirmou que a decisão foi unilateral, ou seja, não houve — segundo ele — qualquer pedido do governador ou de seu vice, Daniel Vilela, em relação ao assunto.

A declaração, nesse contexto, poderia ser interpretada como ‘excesso de zelo’ de Mendanha que, habilidoso que é, sabe o peso de qualquer declaração equivocada envolvendo o nome do governador. Uma outra ala, porém, enxerga a situação por uma outra ótica. O político, segundo um interlocutor, agiu, sim, a pedido do governo e atua como uma espécie de ‘ponta de lança’ de Ronaldo Caiado. 

Nos bastidores, o comentário é que Mendanha tende a figurar, ao menos nesse primeiro momento, como alguém com a missão de abrir caminho para o time encabeçado pelo governador de Goiás. Mas não só: talvez a missão mais importante seja explorar o território.

Darrot tem o desafio de aglutinar, e todos sabem disso. Com a influência de Mendanha, um político querido pela população goianiense, a expectativa é que Jânio ganhe musculatura em seu projeto. Segundo fontes do governo, tudo será avaliado por meio de pesquisas realizadas nas próximas semanas.

A cúpula governista acredita que Jânio tem o “perfil” que o goianiense busca: alguém com experiência em gestão. Mas isso, por si só, não basta. O político precisa ir além do perfil desejado e conquistar o gosto do povo. A missão é desafiadora, mas não impossível, especialmente se o time caiadista entrar em campo “pra valer”.

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