Base governista mantém plano de candidatura em Goiânia

Ideia é encontrar alguém com robustez política para minimizar ao máximo o desafio da construção de nome competitivo em menos de seis meses

Postado em: 19-02-2024 às 11h30
Por: Felipe Cardoso
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Ideia é encontrar alguém com robustez política para minimizar ao máximo o desafio da construção de nome competitivo em menos de seis meses | Foto: Reprodução

Interlocutores do governador Ronaldo Caiado (UB) trabalham diuturnamente em busca de uma alternativa viável à disputa pela prefeitura de Goiânia. A missão, que já não era fácil, se tornou ainda mais desafiadora diante dos últimos acontecimentos. Acontece que uma operação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) tem sido encarada, nos bastidores da política goianiense, como uma espécie de ‘balde de água fria’ ao nome daquele que era tido, até então, como o mais certo governista na disputa pela cadeira. 

Nos últimos dias, figuras de peso ligadas ao governador saíram à campo. A ideia é encontrar alguém com robustez política suficiente para minimizar ao máximo o desafio que passa pela construção de um nome competitivo em tão pouco tempo. O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) José Vitti foi um dos sondados pelo grupo caiadista. O político até demonstrou entusiasmo com a possibilidade, mas disse que é preciso haver consenso e isso, todos sabem, não será algo fácil. Como se não bastasse o fato de que muitos ainda vêem Jânio como um nome ‘no jogo’, a construção de Vitti seria, sem dúvidas, um desafio ainda maior do que o próprio Darrot. 

Também foram especulados os nomes do empresário Sandro Mabel e do titular da Secretaria de Infraestrutura, Pedro Sales. O primeiro deles não esconde o desinteresse. Reafirmou à imprensa local, inclusive, que não será candidato e que existem bons nomes no cenário. Sales, por sua vez, chegou a ser ensaiado logo no princípio das movimentações políticas por Goiânia. Ele declarou publicamente que seria um fiel escudeiro do governador e atuária onde e como Caiado desejasse, mas seu nome não foi levado adiante e acabou ‘engolido’ pelos verdadeiramente interessados na cena goianiense. 

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Dentre as três alternativas, Sales seria o mais próximo de um sonho possível para a base caiadista que tem se mostrado dividida em relação à disputa: ao passo em que uma parte significativa acredita que o governo deve buscar outro nome, outra parte insiste no nome de Jânio. 

O baixo protagonismo na política goianiense se tornou o menor dos problemas do ex-prefeito de Trindade que, como dito, figurava como o mais certo na disputa pela base governista. Acontece que no início do mês a Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu uma operação em endereços ligados ao ex-prefeito de Trindade, bem como na prefeitura. 

Dias depois, a situação, na interpretação de fontes palacianas, “piorou”. Isso porque além dos mandados de busca e apreensão, a justiça autorizou o bloqueio de bens do político e quebra dos sigilos fiscais. 

As investigações buscam aprofundar informações acerca de licitações e contratos de exercício do ano de 2013, época em que Jânio cumpria seu primeiro mandato à frente da cidade. Um contrato firmado entre o poder público e uma empresa que era da família de Jânio e foi cedida a um funcionário dele é o centro da investigação. 

Todos esses fatores, a operação em questão trouxe um peso a mais à dificuldade do governador Ronaldo Caiado em bater o martelo acerca de um nome. Apesar de todo o ocorrido dos últimos dias e os desafios que o nome representa, uma fonte palaciana, na contramão da maioria, ainda vê em Jânio uma alternativa viável. 

“O Darrot como vários outros nomes, são pré-candidatos da base e como tal precisam se viabilizar eleitoralmente, cair no gosto do povo, aparecer bem em pesquisas e convencer quem decide: Caiado, Daniel e presidentes de partidos da base. Darrot, não tem condenação, tem direito ao contraditório e ampla defesa. O candidato sai apenas na convenção em agosto”, cravou um interlocutor.

Outros nomes 

O governador tem um obstáculo difícil pela frente. No leque de possibilidades, Ana Paula Rezende, filha do ex-governador Iris Rezende, já anunciou estar fora do páreo. Tal qual fez o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB) que recentemente reafirmou sua desistência e foco na construção de um projeto voltado à 2026. 

Para além dos recuos de Ana Paula, Bruno e a situação delicada de Darrot, uma outra aposta da base seria o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha. Acontece que o político, por ter sido reeleito em 2020, está impedido de concorrer este ano. Ele tenta judicialmente se desprender dessa amarra. A leitura, porém, é de que as chances são mínimas, tanto que recentemente Mendanha anunciou publicamente seu apoio ao nome de Darrot.

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