Lula justifica para assessores comparação de morte de palestinos ao Holocausto: “Estratégia”

Explicação foi dada em reunião na segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada

Postado em: 20-02-2024 às 07h46
Por: Francisco Costa
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Explicação foi dada em reunião na segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificou a ministros e assessores a comparação da morte de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto. A explicação foi dada em reunião na segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada.

Segundo apurado pelo Metrópoles, o presidente revelou que a declaração foi estratégica. O intuito é frear o que ele chama de sanha assassina de Israel sobre civis palestinos.

Para o petista, a declaração deve fazer com que outros chefes de Estado também condenem o governo de Israel. Com isso, deve haver pressão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para aceitar um cessar-fogo contra o grupo terrorista palestino Hamas.

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A fala de Lula repercutiu no meio político, gerando críticas – inclusive do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) – e até mesmo um pedido de impeachment por parte de deputados federais. Na segunda-feira, todavia, a agência de notícias Al Jazeera informou que a delegação dos Estados Unidos (EUA) apresentará ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma proposta de resolução que pede um cessar-fogo temporário na guerra.

Sobre a declaração, no último domingo (18) Lula classificou como “genocídio” as ações militares de Israel na Faixa de Gaza e comparou a situação ao holocausto judeu. “O que está acontecendo na Faixa da Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. E você vai deixar de ter ajuda humanitária? Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber porque estavam morrendo?”, questionou o presidente.

Holocausto

Os números variam, mas conforme historiadores, cerca de seis milhões de judeus morreram por serem quem eram durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As mortes foram organizadas pelo partido nazista alemão, que era liderado por Adolf Hitler.

O holocausto foi um exemplo de genocídio. Trata-se de um conceito que designa crimes com o intuito de eliminar a existência física de um grupo, seja nacional, étnico, racial ou religioso.

Sobre Gaza, ainda em janeiro, o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas informou que 10,6 mil crianças foram mortas em ataques israelenses, desde 7 de outubro. “O número de palestinos mortos devido à agressão israelense ultrapassou os 24.285, dos quais 75% são crianças, mulheres e idosos. (+10.600 crianças, 7.200 mulheres e 1.049 idosos)”, informou o ministério naquele momento. Hoje seriam 28,8 mil palestinos mortos.

As Forças de Defesa de Israel (FDI), na mesma época, disseram que mais de 9 mil mortos eram combatentes do Hamas. Em relação aos soldados israeleneses, o óbito foi de 233, conforme dados da FDI da última semana. O conflito começou após a morte de mais de 1,2 mil pessoas e o sequestro de 253 reféns em um ataque do Hamas, em outubro – o número de mortos de israelense praticamente não subiu, segundo a imprensa internacional. Nenhum dos números foi checado.

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