PSD e PL tem conversado em Aparecida de Goiânia, confirma Vanderlan

Senador critica fala de Bolsonaro sobre não apoiar ninguém do PSD. “Fala que só prejudica. Um momento de chateação, que não contribui em nada”

Postado em: 28-02-2024 às 09h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: PSD e PL tem conversado em Aparecida de Goiânia, confirma Vanderlan
Vanderlan não confirma, mas as conversas entre PSD e PL estariam adiantadas | Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O PSD e o PL estão com os canais de conversa abertos em Aparecida de Goiânia. A fala foi confirmada ao Jornal O Hoje pelo presidente pessedista, senador Vanderlan Cardoso. Ambos os partidos têm pré-candidatos ao paço municipal.

O PSD tem como nome o ex-prefeito e ex-vice-governador Ademir Menezes. Filho dele, Max Menezes também atua pela legenda e pode ser uma alternativa. Já o PL tem o deputado federal Professor Alcides, que oficializou a pré-candidatura no ano passado na presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Segundo Vanderlan, o PSD não tem restrição de conversas. “Conversamos com o Professor Alcides e também com os outros. Com André Fortaleza (MDB) e com o prefeito Vilmar Mariano (MDB). Conversamos com todos que nos procuram. O PSD é um partido de centro que não tem restrição com ninguém.” 

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Ele emenda: “Max, o Ademir, que é nosso pré-candidato, também conversaram [com os outros pré-candidatos].” O senador revela, ainda, que o presidente metropolitano da legenda, o deputado federal Ismael Alexandrino, também esteve na cidade.

Preliminar

Vanderlan não confirma, mas as conversas entre PSD e PL estariam adiantadas. Um interlocutor próximo a Professor Alcides afirma que ele e Max podem fechar uma composição na disputa ao paço de Aparecida de Goiânia.

De acordo com a fonte, a conversa está “avançada”, mas ainda não há definição. “Oposição dividida não é bom para ninguém. Então, o que tem sido trabalhado é a unidade do grupo de oposição”, ressalta. Sobre o PSD, o partido tem como pré-candidato não Max, mas o pai dele, o ex-prefeito e ex-vice-governador, Ademir Menezes. 

Em entrevista ao Jornal O Hoje, Max Menezes reforçou que a decisão de disputar ou não é do pai. Contudo, disse que, como filho – e nas conversas informais dentro de casa –, a família avalia que talvez ele possa não disputar. “Muitos anos de mandato. Agora que ele está mais perto da família e dos negócios… Mas é a vontade dele que irá prevalecer.”

Nessa fala, Max deixa a entender que pode, de fato, tomar o lugar do pai no páreo. Sobre a composição com o Professor Alcides, ele não confirma. Ele assume que tem conversado com o deputado, mas ressalta que também com outros nomes, como o do prefeito Vilmar Mariano. Menezes foi secretário na gestão do ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB). 

“Não posso falar sobre composição. Tudo está em conversa preliminar. Estamos avaliando as informações, a cidade. O que temos falado é que precisamos cuidar do PSD, ter uma boa chapa de vereadores. É claro que um candidato majoritário ajuda nisso…”, destaca.

Dificuldade

Há alguns dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que não comporia com o PSD. Em áudio divulgado pelo Estado de S.Paulo, ele afirmou: “Deixo claro: PSD do Kassab eu não apoio ninguém, tá ok?”

Hoje, o PSD de Vanderlan e Gilberto Kassab ocupa três ministérios do governo Lula (PT). Em eleições municipais, composições são menos ideológicas, por isso o senador goiano e presidente da sigla considera a fala do ex-presidente equivocada. 

“Eu acho que o presidente disse isso em um momento impensado. Vai prejudicar o próprio PL. O PL precisa do PSD em Aparecida e em vários municípios. É uma fala que só prejudica. Um momento de chateação, que não contribui em nada.”

Tamanho do PSD

O PSD é o partido com o maior número de prefeitos no País. A legenda saiu de 660 gestores eleitos em 2020 para 968 filiados em 2023 – ou seja, eles migraram ainda antes do próximo pleito. O levantamento é do Poder360.

O segundo maior em chefes do Executivo municipal é o MDB. Antes primeiro colocado, com 799 eleitos em 2020, neste ano a legenda alcançou 838 nomes. Mesmo com crescimento, não foi possível para a legenda do vice-governador Daniel Vilela superar o PSD.

Em terceiro lugar, o PP saiu de 701 prefeitos para 712. Quem surge na quarta posição é o União Brasil, formado da fusão do DEM com o PSL, que chegou a 564 gestores em 2023.

Na sequência, vem o PL, que cresceu de 348 para 371, e o PSDB, que caiu de 531 para 344. PSB foi de 259 para 289, PDT desceu de 328 para 258, Republicanos de 216 para 257 e PT de 182 para 227.

Completam a lista com os números de 2023: Podemos (161), PRD (128), Avante (124), Solidariedade (88), Cidadania (72), PCdoB (40), PV (18), PMN (12), Novo (7), Rede (5), PSOL (3), PRTB (2), DC (1) e PMB (1). O Agir elegeu 1 em 2020, mas perdeu esse prefeito no caminho até este ano. Outros 75 estão sem partido.

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