Antonio Rueda, a sustentação caiadista em 2026

Expectativa agora é sobre como a sigla vai se relacionar com o governo Lula, já que tem três ministérios

Postado em: 02-03-2024 às 08h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Antonio Rueda, a sustentação caiadista em 2026
Expectativa agora é sobre como a sigla vai se relacionar com o governo Lula, já que tem três ministérios | Foto: Lucas Hegon

Antes mesmo de o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vencer, no primeiro turno a eleição que o reelegeu em 2022, seu nome corria, à boca miúda, e não demoraria a chegar ao Planalto. O projeto prioritário e óbvio era dar continuidade à gestão no Palácio das Esmeraldas e, até então, o nome de maior fôlego contra Lula da Silva e o PT ainda estava firme no combate: Jair Messias Bolsonaro. 

Foi justamente em Bolsonaro que Caiado declarou apoio naquele segundo turno nebuloso – ao contrário do seu partido, União Brasil – que terminou, sob acusações de fraudes sem prova alguma do grupo do presidente derrotado, com a vitória de Lula para o seu terceiro mandato. 

Em abril de 2022, dia 14, o partido havia decidido, em convenção em Recife, que Bivar seria o candidato do partido à Presidência. Bivar queria negociar, diziam por aí. Quatro meses antes das eleições, Lula chamou Luciano Bivar para conversar. A intenção: fazer com que o presidente do UB desistisse de concorrer à Presidência e, com isso, favorecesse ao projeto de Lula. Foi o que aconteceu. 

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Ao vencer o pleito e tomar posse, Lula pagou a conta: deu três ministérios para o União Brasil. À distância, Caiado preferiu, antes mesmo de Lula tomar posse pela terceira vez, declarar: o partido precisa, em 2026, lançar um nome a candidato a presidente. E logo ele foi se formando pré-candidato. 

Caiado se tornou o primeiro governador a, de alguma maneira, peitar Lula e sua agenda no Congresso Nacional, como a Reforma Tributária, quando o governador goiano foi protagonista. Mesmo assim, Caiado e Lula se mantiveram de maneira respeitosa, como bom estadistas que devem ser para não prejudicar os cidadãos. Até apareceram juntos, abraçados. Inimaginável algo entre Lula e Bolsonaro, por exemplo. 

Luciano Bivar, como é possível entender, fez o possível para estar ao lado de Lula e seu governo que foi eleito sob a promessa de ter colaboração de todo mundo. 

Agora, fica difícil entender como vai ser. Lula vai demitir os ministros do União Brasil? Já que, ao que tudo indica, há chances de o partido ir para a oposição no Congresso Nacional. Afinal, tem ficado cada vez mais claro que Caiado, com Bolsonaro fora do jogo eleitoral, seja o representante da direita – e da ultra direita ou extrema-direita – em 2026, como candidato a presidente. 

Por isso, a eleição do  advogado Antônio Rueda se tornou tão emblemática esta semana e, para Caiado, um alívio. Não teria de deixar a legenda para viabilizar-se como pré-candidato. 

União Brasil foi criado em 2022 depois da fusão entre DEM e PSL – de qualquer forma, representantes das duas legendas jamais tiveram qualquer tipo de apoio. Rueda classificou a vitória como democrática: “Foi um exemplo de democracia”. A eleição ocorreu sob o clima tenso na sede da legenda, em Brasília, com a presença do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o líder do legenda na Câmara, Elmar Nascimento (BA), o líder no Senado, Efraim Filho (PB), e,claro, do governador de Goiás. Todos estão incluídos na executiva nacional da sigla. (Especial para O Hoje)

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