Após escândalo, presidente da Comurg renuncia por “projeto político” 

Alisson Borges justificou saída por projeto político de candidatar-se na eleição deste ano

Postado em: 22-03-2024 às 07h30
Por: Gabriel Neves Matos
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Conselho aguarda reunião para definir novo nome | Foto: Antônio SIlva/Câmara

O presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Borges, apresentou pedido de renúncia ao cargo ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), nesta quarta-feira (20). Em seu lugar, Rodolpho Bueno Arantes de Carvalho, vice-presidente da companhia, já despacha como presidente interino até a substituição, a ser definida em reunião do conselho, que poderá ser convocada pelo prefeito a qualquer momento. A Comurg diz que ainda não foi informada sobre a data prevista para a reunião. 

Em nota enviada à imprensa, a companhia informou que a saída de Borges deve-se à sua pretensão político eleitoral no pleito municipal deste ano. A renúncia ocorreu no mesmo dia em que a Polícia Civil deflagrou operação que investiga suposto esquema de corrupção e fraude em órgãos da Prefeitura de Goiânia. 

Ainda segundo a Comurg, o projeto político de Borges seria a razão pela qual já teria que se descompatibilizar do cargo até o dia 6 de abril, data limite estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para filiações. “Sendo assim, resolveu antecipar sua saída, apresentando nesta data ao prefeito Rogério Cruz, seu pedido de renúncia do cargo”, diz a nota. Borges deve ser pré-candidato a vereador.

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O presidente da companhia está entre os investigados da Operação Endrôminas, da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), que investiga um suposto esquema de fraude em licitações e contratos, bem como modificação irregular de contratos, peculato, organização criminosa, corrupção ativa e passiva. A Polícia Civil cumpriu 32 mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Goiânia e na casa de servidores.

Ainda nesta quarta-feira, a Polícia Civil apreendeu R$ 431 mil na casa de Borges. Dois sacos transparentes com dinheiro em espécie, notebook e o celular do presidente foram levados para a Deccor. Sobre isso, a nota da Comurg esclareceu que “colabora com as investigações da PC e contribui com o acesso das equipes da polícia a todos os documentos necessários”. 

O prefeito Rogério Cruz já havia afirmado mais cedo, antes do pedido de renúncia de Borges, que nenhum valor ou objeto de valor haviam sido encontrados em órgãos públicos durante a operação da Polícia Civil. “O único nome até o momento é o do presidente Alisson. E ele deve dar sua resposta à sociedade”, afirmou em entrevista aos jornalistas no Paço Municipal.

Também antes da renúncia do presidente da Comurg, Cruz informou na coletiva que Borges seria afastado, sendo ele um dos principais alvos da operação. “Já determinei que o conselho da empresa, de acordo com o estatuto, se reúna para que possamos tomar as devidas providências cabíveis em relação à diretoria executiva da empresa”, disse o prefeito durante a coletiva. 

Segundo Cruz, todos os nomes do conselho da companhia “arrolados no processo” também devem ser afastados, caso a apuração da polícia confirme suposto envolvimento com corrupção dentro da Comurg. Na mesma ocasião, o prefeito também disse que já discute quais são os possíveis nomes que poderão substituir Borges na presidência da companhia. De acordo com ele, a Prefeitura de Goiânia recebeu “com tranquilidade e transparência” a operação da Polícia Civil nesta quarta-feira. “As atitudes serão tomadas de acordo com o inquérito e a determinação que chegar”, declarou. 

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