A estratégia de Vilmar Mariano para desidratar Professor Alcides em Aparecida 

Prefeito discutiu desde sua recente filiação ao União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado, até algumas das estratégias que serão adotadas na campanha que se aproxima

Postado em: 09-04-2024 às 09h30
Por: Redação
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Durante o encontro, o político abordou diversos temas relacionados às movimentações político-partidárias no município | Foto: Wigor Vieira

Felipe Cardoso e Francisco Costa

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (UB), esteve, na manhã da última segunda-feira, 8, na sede do jornal O HOJE para um bate-papo com jornalistas. Durante o encontro, o político abordou diversos temas relacionados às movimentações político-partidárias no município. Mariano discutiu desde sua recente filiação ao União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado, até algumas das estratégias que serão adotadas na campanha que se aproxima. 

Ao que tudo indica, a disputa em Aparecida será protagonizada por dois grandes nomes: de um lado, Vilmar Mariano como candidato da base governista, do outro, Professor Alcides como a voz de oposição ao projeto de reeleição do atual prefeito.

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Em contraste com as expectativas de Mariano e seu articulador, o ex-prefeito da cidade, Gustavo Mendanha (MDB), Alcides tem levado seu projeto político com afinco. O político tem percorrido as bases e trabalhado incansavelmente para desbancar o atual gestor num futuro não muito distante.

Ao comentar as movimentações de Alcides rumo a disputa de outubro, Vilmar expressou confiança em seu projeto e revelou à reportagem como pretende desidratar o político no pleito deste ano.

“Acho que um homem tem que ter palavra. E o professor provou que não tem. No período eleitoral [de 2022] estávamos juntos e ele me deu sua palavra [de que não disputaria]. Ninguém pediu tantos votos para ele como eu. Ele nunca teve um cabo eleitoral que o apoiasse como eu. Agora, ele está me traindo? Claro que não. Ele está traindo aquelas 33 mil pessoas que acreditaram nele. Está traindo quem votou nele para que ele estivesse na Câmara dos Deputados canalizando recursos, o que ele não tem feito. Ele não está me traindo, está traindo o povo de Aparecida”, analisou. 

E continuou: “Nós vamos contar isso para o povo. Vamos mostrar que ele ganhou para ficar lá na Câmara e agora está deixando o mandato querendo ser prefeito de Aparecida. A política é feita de momentos, e no momento certo vamos contar isso à população”. Segundo o prefeito, Alcides está “no direito dele” de lançar pré-candidatura, mas defendeu que a falta que um deputado federal fará para a cidade em Brasília é algo que precisa ser destacado.  “Vou informar aquilo que está aquém e que o povo não sabe. Quantas cidades almejam ter um deputado federal? Ele está na contramão da política”. Mariano também foi questionado sobre outros temas que cercam sua pré-candidatura. Confira as repostas para os diferentes tópicos abordados: 

Ida para o UB

Não houve nenhum tipo de pedido do governador Ronaldo Caiado [UB] para isso. Houve, sim, um acordo entre nós [Vilmar, Caiado e Daniel Vilela]. Diante da pré-candidatura do Sandro [Mabel] em Goiânia, vimos a importância de termos duas candidaturas com o mesmo número em Goiânia e Aparecida. Temos 15km de divisa entre os municípios. Essa eleição casada em Goiânia e Aparecida beneficia tanto a mim quanto ao Sandro. Esse entendimento surgiu a partir do momento em que o Sandro se posicionou como pré-candidato em Goiânia. 

Trabalho conjunto? 

“É natural. Quando fizermos algum tipo de ação na região da Rio Verde, por exemplo, é natural que o Mabel esteja comigo e eu esteja com ele. Tenho certeza que teremos uma parceria muito grande”. 

Saída do MDB

“Eu não deixei o MDB, eu simplesmente me uni ao União Brasil, que faz parte do mesmo  grupo político. Eu, o Daniel, o Gustavo [Mendanha] estamos com o governador. Essa força política é importante. Por isso decidimos que seria melhor que estivéssemos no mesmo partido, no caso, o União”. 

Leandro na vice? 

“O vice é uma peça de composição que será definida no período das convenções. Leandro Vilela representa um grande nome e traz consigo o legado do Maguito, um homem que fez duas gestões de excelência na cidade. Ele também é sinônimo dessa união representada pelo UB e o MDB, é primo do vice-governador, ou seja, é algo possível. Como é possível que seja outro nome. Não temos nada definido. Quando fazemos parte de uma composição política nada se define sozinho e nós não sentamos ainda para discutir esse assunto. (…) Mas de volta ao Leandro, ele é um grande articulador e já tem me ajudado muito”.

Relação com Mendanha

“Não existe nenhum tipo de arranhão entre a gente. O Gustavo está no MDB e se tivesse algum tipo de arranhão eu trabalharia para colocar todos os candidatos no União Brasil. Acontece que nós entramos em um acordo. O MDB ficou com uma chapa boa, o União com uma chapa espetacular. Isso faz do UB tão forte como o MBD. Esse negócio de arranhão entre nós é coisa do passado. Passamos uma borracha em tudo que passou e tudo o que foi dito. Daqui para frente é vida nova”. 

E o Fortaleza?

“Não tenho nenhum tipo de estremecimento com o André. Todos os tipos de projetos que enviei para a Câmara foram aprovados integralmente. Tivemos divergências políticas. Vindo para cá [manhã de segunda-feira] falei com ele uns 15 minutos por telefone. A opção de apoiar a pré-candidatura do Professor Alcides é pelo fato dele pensar que, estando lá, terá mais condições de ganhar a eleição. Liguei para ele para falar sobre a infraestrutura da cidade e para informá-lo das obras que faremos nas diferentes regiões nos próximos dias”.

Max e Ademir com Alcides

“Caminhar com o Professor Alcides foi uma decisão do Max e do Ademir. Mas o Ademir, por exemplo, continua no PSD, que está conosco. E o PSD não vai sair da base”.

Abraço coletivo

“Temos 16 partidos fechados 100% conosco, podendo chegar a 19 ou 22. As pessoas confundem, pensam que esse período que se encerrou agora representa o ponto final para as composições partidárias. Na verdade, representa o fim do prazo para filiações, as convenções fazem parte de uma outra história, outra briga. Já o Professor só tem quatro [siglas]”. 

Pode ficar fora da disputa? 

“Não existe essa possibilidade. Estamos no caminho certo, com muitas obras, com o apoio das principais forças políticas. Com esse bloco, com o secretariado que é muito bom de serviço, com a Câmara Municipal onde temos 18 vereadores, acredito que dificilmente não estaremos preparados para ganhar as eleições”

Trunfo da gestão

“Temos obras por toda cidade. Aparecida chorava por uma maternidade e vamos inaugurar essa semana uma maternidade com 101 leitos. Faremos isso na presença do governador Ronaldo Caiado. Além disso, vamos construir dois viadutos importantes: um deles fará a ligação da Bela Vista com a Vila Brasília, e outro, na região Leste, a ligação da Nova Olinda com a região central de Aparecida. É o sonho do povo.

Outra coisa que pode marcar minha passagem pela prefeitura é o olhar diferenciado para a causa autista. Sabemos que a cada 36, uma criança tem autismo. Pensando nisso, eu criei o Centro TEA [Transtorno do Espectro Autista] onde o senador Jorge Kajuru nos ajudou com um recurso de R$ 1,5 milhão. Trata-se de um projeto com 2 mil m², em um local muito bem adequado. Eu falei para o secretário: ‘corte de onde tiver que cortar, mas vamos atender de imediato 250 crianças’. Meu objetivo é chegar a marca de mil atendimentos até o final deste ano”. 

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