Mayara diz que não há definição para vice de Mabel e que vai combater o PT

Cientista político vê a filiação ao PL e mudança de domicílio eleitoral como possibilidade de composição para cumprir requisitos da direita ou na disputa à Câmara de Goiânia como soldada de Mendanha; o ex-prefeito de Aparecida diz que foi “um gesto”

Postado em: 12-04-2024 às 08h30
Por: Francisco Costa
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De acordo com dados do sistema da Justiça Eleitoral, Mayara Mendanha se filiou ao PL no dia 6 de abril | Foto: Reprodução

Recém-filiada ao Partido Liberal (PL) de Goiânia, Mayara Mendanha informou que, no momento, “não há qualquer acordo ou definição sobre ser vice do querido Sandro Mabel. Mas, como boa soldada, me apresento ao combate”.

Esposa de Gustavo Mendanha (MDB), a ex-primeira-dama de Aparecida de Goiânia transferiu seu domicílio eleitoral para Goiânia e se filiou ao PL de Jair Bolsonaro. Apesar do relato, ela é vista como alternativa para vice na chapa de Sandro Mabel (União Brasil), candidato a prefeito pela base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

De acordo com dados do sistema da Justiça Eleitoral, Mayara Mendanha se filiou ao PL no dia 6 de abril. Desde o início da corrida eleitoral, Mabel busca o PL como membro de sua base, oferecendo a vaga de vice.

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O PL, no entanto, tem como pré-candidato a prefeito o deputado federal Gustavo Gayer, que teve sua pré-candidatura endossada por Bolsonaro. Esta foi reiterada no último dia 4 de abril, durante encontro estadual do Partido Liberal, com a presença do ex-presidente.

Mas de volta a Mayara, ela revela que se filiou à legenda “por Goiânia, pela família e sob as bênçãos de Deus. Chego como soldada disposta a lutar pelo melhor aos goianienses”.

A ex-primeira-dama revela, ainda, que a decisão ocorreu após conversas com Mendanha, com a família, além de líderes políticos e espirituais. “Não pude negar esse chamado para ser um elo que fortaleça nossa direita, seguindo os princípios com os quais me identifico.”

Ela ainda diz que se inspirou na ex-primeira-dama do País, Michelle Bolsonaro, e na atual primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado. E, também, nos líderes políticos Ronaldo Caiado e o vice-governador Daniel Vilela (MDB). Segundo ela, a decisão também tem por objetivo “não permitir que partidos como o PT assumam novamente a gestão de nossa capital”.

Análise

O professor e cientista político, Marcos Marinho, vê que a filiação e mudança de domicílio de Mayara pode ter dois caminhos. “Uma delas, conseguir que aconteça um alinhamento entre Caiado e Wilder Morais [presidente estadual do PL], encaixando ela como vice de Sandro Mabel, unindo a base do governo e o PL. Assim, colocaria o PL dentro da prefeitura com o União Brasil”, elabora.

Ainda sobre essa possibilidade, Marinho argumenta que Mayara tem um perfil que agrada a direita, sobretudo a ala bolsonarista: uma mulher evangélica. Ele cita, porém, que existe a pré-candidatura de Gustavo Gayer e que, aparentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro faz questão dela. 

Aí que entra a segunda tese. Mayara poderia disputar a Câmara de Goiânia e se tornar uma puxadora de votos para a estratégia de Gustavo Mendanha que, na próxima eleição, vai buscar buscar um cargo – deputado estadual ou federal, ou senador. “E ter alguém aqui, em Goiânia, puxando voto para ele, seria bom”, pontua.  

Para Marinho, as duas possibilidades são óbvias e ele não vislumbra, neste momento, uma terceira. O cenário ideal para o grupo, ele avalia, seria a percepção do PL sobre uma composição com o União Brasil. A junção, inclusive, beneficia o vice-governador Daniel Vilela, que almeja a sucessão de Caiado e vê em Wilder um possível adversário, em 2026.

Mendanha

Ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha garante que Mayara não tem intenção de disputar a Câmara de Goiânia. Afirma, contudo, que ela vai participar do processo eleitoral e de reuniões, sobretudo, com outras mulheres expoentes, como Gracinha Caiado e filha do ex-prefeito Iris Rezende, Ana Paula Rezende – que chegou a ser cotada para cabeça de chapa e vice.

Mendanha declara que essa filiação e mudança de domicílio eleitoral foram gestos para que as pessoas reflitam, especialmente o próprio PL. “Não podemos perder a eleição para o PT. Seria um retrocesso e sinalizaria 2026, uma vez que é a capital mais direitista do País”, avalia o ex-prefeito.

De acordo com ele, não há conversas sobre vice, mas ele busca a unidade. “Se fizer o PL reavaliar [e se unir à base caiadista], meu objetivo foi alcançado. Não sei se vai dar certo, mas tenho certeza que estão pensando no gesto”, conclui.

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