PSB segue incerto sobre apoio a Accorsi 

Lideranças do PT confirmam diálogo, mas pessebistas devem decidir apenas nas convenções em agosto

Postado em: 13-04-2024 às 10h48
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: PSB segue incerto sobre apoio a Accorsi 
Lideranças do PT confirmam diálogo, mas pessebistas devem decidir apenas nas convenções em agosto | Foto: Denise Xavier/Alego

A pouco mais de seis meses para o primeiro turno das eleições municipais, o PSB goiano ainda está em fase de negociações e conversas para definir posicionamento acerca da disputa pela Prefeitura de Goiânia. 

No início deste ano, rumores apontavam que a sigla poderia compor com Adriana Accorsi (PT), pré-candidata a prefeita de Goiânia e que ainda não tem definido seu vice. Na hipótese de se viabilizar, o acordo poderia repetir a aliança vista hoje no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). 

De acordo com lideranças do partido ouvidas pela reportagem, há um esforço maior neste momento para definir a chapa de vereadores. O PSB quer aumentar a presença na Câmara Municipal de Goiânia e, para isso, já conta com ao menos 50 pré-candidatos ao parlamento da Capital, segundo informou ao HOJE o presidente do diretório metropolitano, Vinícius Cirqueira.

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“São 54 pré-candidatos a vereador, sendo 23 mulheres. Com certeza teremos três cadeiras na Câmara. Temos uma linha de frente feminina muito boa. Montamos um time que fortaleceu demais, sem demérito às questões passadas, para a pré-candidatura dos vereadores”, afirma Cirqueira. 

O PSB diz ainda que vive uma fase de muita discussão interna para definir a situação em Goiânia. Sem cravar apoio à Accorsi, a sigla sinaliza que a decisão só deve ocorrer em agosto, nas convenções partidárias. “Fica no imaginário que o PSB é acoplado ao PT”, critica o presidente pessebista. Cirqueira acrescenta ainda que tem convicção de que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), deve migrar para a sigla. 

Sobre as possíveis novas alianças que poderão ser feitas a partir de articulações de Peixoto, o dirigente também diz que a eleição deste ano é fundamental, pois “não tem como de 2026 acontecer sem passar por 2024”, sinalizando para a disputa ao governo estadual e a sucessão de Ronaldo Caiado (UB) no Palácio das Esmeraldas.  O PSB, porém, descarta conversas com o PL.

Procurada pela reportagem, a deputada federal Adriana Accorsi confirma conversas com as lideranças do PSB e se diz “bastante esperançosa” de caminhar junto com a sigla na disputa pelo Paço Municipal. Ao lançar sua pré-candidatura no início de fevereiro, a petista aglutinou ao menos três legendas à esquerda (PV, PSOL e Rede Sustentabilidade) no movimento “Somar por Goiânia”. 

Além disso, Accorsi reitera que existe possibilidade de o PSB indicar sua vice, mas diz que esse assunto ainda não foi tratado objetivamente pelas siglas. “Queremos estar juntos em um projeto para o futuro”, sustenta ela, que descarta também a ideia de que sua pré-campanha esfriou. “Muita coisa ainda pode acontecer, até porque há conversas que podem se consolidar somente no segundo turno, e isso também é importante.”

Conforme mostrou O HOJE, Accorsi é tida como o nome mais óbvio para uma composição majoritária. Contudo, a aliança do partido com o PT “não é natural em Goiás”, conforme apontou Alysson Lima. Segundo ele, para que essa hipótese se concretize, será preciso sentar e conversar.

Em uma recente entrevista a este jornal, a vereadora Kátia Maria (PT) disse que o partido “quer uma frente ampla, com o PSB junto, para ganhar as eleições e tirar Goiânia desse caos que se encontra”. Na mesma ocasião, o deputado estadual Mauro Rubem (PT), afirmou que o PSB só não aderiu à pré-candidatura petista ainda por ter perdido “um pouco da sintonia” e por fazer “uma leitura distante das possibilidades reais”.

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