Políticos iniciam ostensiva em busca de alianças partidárias

Prefeito da capital, Rogério Cruz vai tentar manter base com nove legendas para chegar na corrida pelo Paço com vantagem

Postado em: 15-04-2024 às 10h14
Por: Felipe Cardoso
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Até as convenções, alianças serão feitas e desfeitas, mas expectativa já é grande especialmente entre os ‘nomes certos’ na disputa | Foto: Marcelo Camargo/ABr

Na última semana, encerrou o período de janela partidária e, com isso, a definição de filiações. Até as convenções, alianças serão feitas e desfeitas, mas neste momento, já existe a expectativa de união partidária em torno de pré-candidatos.

Atualmente, o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade), que é pré-candidato à reeleição, tem quase dez partidos na base – contando sua legenda atual. São nove, ao todo.

Além do Solidariedade, estão o Avante, PDT, Mobiliza, PP, PMB, DC, PRTB e o Republicanos, partido que não lhe viabilidade para disputar o páreo. Pelo menos é o que garante a presidente metropolitana da legenda.

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A vereadora Sabrina Garcez confirmou ao Jornal O Hoje que o Republicanos está na base do prefeito e pode apoiar a reeleição dele. No fim do período da janela partidária, o partido, comandado no Estado pelo prefeito de Anápolis, Roberto Naves, comunicou a Cruz que ele não tinha viabilidade para disputar a reeleição.

O prefeito, que já conversava com outras legendas, como PDT, PP e, claro, o Solidariedade, migrou para garantir estrutura na disputa e para terminar a gestão. A expectativa é que Rogério mantenha todos, ou, pelo menos, a maior parte, para disputar o Paço da capital.

Já o pré-candidato à prefeitura pela base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), Sandro Mabel (União Brasil), conta, automaticamente, com o partido do gestor estadual e o MDB do vice-governador, Daniel Vilela. Presidente estadual do Podemos, Eurípedes do Carmo também antecipou ao Jornal O Hoje que apoiará o empresário.

A expectativa da base é que Mabel consiga articular para garantir o apoio dos partidos da coligação que caminhou com Caiado, em 2022. Alguns, claro, já estariam em outros grupos, como o PSD, que tem como pré-candidato o senador Vanderlan Cardoso.

Existem, ainda, os nomes que coincidem com o grupo de Rogério, o que vai forçar Mabel a trabalhar para “tirar” do prefeito esses partidos. Na coligação daquele ano, além de MDB, União Brasil e PSD, estavam o Podemos, Avante, PRTB, Solidariedade, PP, PDT, Avante, bem como PSC (que se uniu ao Podemos) e o Pros, que também se fundiu, mas ao Solidariedade. O PTB, também no grupo, se uniu ao Patriota, e formou o PRD.

Mais alianças

A federação que une PT, PCdoB e PV tem dois pré-candidatos: Adriana Accorsi (PT) e Fábio Tokarski. A expectativa do grupo é que haja consenso em torno do nome da petista. Além disso, os federados deverão contar com o apoio do PSOL, que já anunciou a intenção de montar uma frente ampla de esquerda, e que é federado com a Rede.

A UP também seria uma possibilidade para essa frente de esquerda. O PSB, por sua vez, também é desejo da turma do PT, mas a aliança não é automática. Ex-deputado estadual, Alysson Lima (PSB) já disse ao Jornal O Hoje que “não é natural em Goiás”. Para que esta se concretize, será preciso sentar e conversar.

Vale lembrar, nacionalmente os partidos estão unidos, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Mas como não se trata de uma federação, mas uma aliança, as conversas devem seguir localmente.

É preciso dizer, o PSB, neste momento, não tem pretensão de ter um nome na disputa ao paço. Desta forma, caso não fecha parceria com o PT, nada impede que a legenda comandada no Estado pelo ex-deputado federal Elias Vaz caminhe com outro pré-candidato.

Uma possibilidade, mesmo que distante, seria o PSD de Vanderlan. O senador pode não encontrar muitas opções de aliança, neste momento, além de enfrentar um racha na própria sigla. Parte da legenda, conforme declarou o ex-deputado federal e presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Francisco Jr., pode apoiar Sandro Mabel.

Caberá a Vanderlan e ao presidente metropolitano do PSD, o deputado federal Ismael Alexandrino, liderem com os dissidentes. Em fala recente ao Mais Goiás, o presidente metropolitano foi enfático: “Do ponto de vista institucional, o presidente do partido direciona os caminhos e decisões, e o presidente nacional Gilberto Kassab nos orientou candidatura própria em Goiânia, que é o presidente estadual Vanderlan Cardoso. Diferente disso é o que se destoa. Do ponto de vista individual, é natural haver divergências, segundo o interesse e subordinação pessoal de cada um. O PSD é democrático na sua essência, e respeita a opinião dos seus filiados.”

Isolados?

Outro nome que pode estar isolado na disputa é o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL). O pré-candidato à prefeitura de Goiânia pode entrar na disputa em chapa pura na capital. Existe a possibilidade, todavia, de atrair legendas como o DC – mas seria preciso tirá-la de Rogério Cruz.

Quem também é pré-candidato e pode caminhar sozinho é o empresário Leonardo Rizzo (Novo). A legenda pode ter dificuldade em aglutinar outros partidos. Mas, em caso de recuo, teria possível tendência a se juntar ao PL.

Por fim, a federação do PSDB com o Cidadania tem o pré-candidato Matheus Ribeiro (PSDB), que é jornalista e suplente de deputado federal. O nome é uma aposta do ex-governador Marconi Perillo para revitalizar o tucanato, sobretudo na capital. Os dois partidos também têm chance de ficarem isolados.

No passado, o ex-presidente do Cidadania em Goiás, Gilvane Felipe, defendeu que a federação apoiasse a pré-candidatura de Adriana Accorsi. Ele, contudo, foi voto vencido e decidiu deixar o cargo. Marconi, que assumiu a presidência nacional do PSDB com as bênçãos do deputado federal Aécio Neves, determinou uma postura de oposição ao PT, que dificulta qualquer aliança, mesmo na esfera municipal.

Mais siglas

Há, ainda, outras legendas que podem ser convidadas a participarem de alianças. O PRD do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo, é peça cobiçada. Outro possível é o Agir. Já legendas como o PCB, o PCO e o PSTU tendem a ter nomes próprios na disputa.

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