O argumento que não deve ‘derrubar’ Leandro Vilela

Em Aparecida, o clima é de animação em torno do projeto de reeleição de Vilmar Mariano, agora no partido do governador Ronaldo Caiado, União Brasil. Depois de dias tensos, arestas aparadas, conversas tensas a salas trancadas e trocas de mensagens, de fato: parece que a energia está convergindo para a consolidação de Vilmarzinho, como é chamado o prefeito que, nas próximas semanas, terá de mostrar que é páreo para obter da população outros quatro anos – e não Professor Alcides, candidato do PL de Jair Bolsonaro, por enquanto o único candidato de oposição da base do Palácio das Esmeraldas. 

Até aqui, claro, nenhuma novidade. O problema – para o núcleo estratégico do projeto de Vilmarzinho – é que Caiado quer resultados evidentes de que Vilmarzinho vai ganhar o pleito por causa dos números desanimadores. Mas Vilmar, e sua equipe, têm certeza de que não vão ter dor de cabeça. 

Afinal, a cidade tem passado por obras, principalmente tapa-buraco. Os mutirões também jogam luz à figura do prefeito como homem do povo, que ouve o povo, que faz o que o povo quer. Vilmar, com mandatos de vereador, sabe como o povo pensa. Sabe pedir voto. Mas pode enfrentar um político com sede de adentrar o 1° de janeiro de 2025 como prefeito de Aparecida: O deputado federal Professor Alcides. 

E Caiado e Daniel e Mendanha não querem nem sabe nesta hipótese. A derrota pode corroer o projeto de 2026: que, ao que tudo indica, vai ter Daniel Vilela – atual governador – como o cabeça de chapa a candidato a morador da Casa Verde e Caiado como nome ao Planalto contra o petista Lula da Silva.  

Por isso, aos poucos, ganha peso o nome de Leandro Vilela que  ajudou o parente Maguito Vilela, que foi prefeito da cidade em duas ocasiões. Vilela, o Leandro, foi secretário do município e deputado federal. Não é muito conhecido pela plateia, mas conhecido por quem sabe influenciar a plateia: vereadores, lideranças de bairro e bajuladores. E, claro, os que entendem o que Maguito Vilela fez em Aparecida. 

Este é o ponto. O grupo de Professor Alcides, que vem com força na disputa, tem um discurso pronto sobre eventual candidatura de Leandro Vilela à prefeitura: a de que ele não é de Aparecida. De que é um forasteiro. Ou algo assim. É, mas o argumento não tem força se encontrar, como a reportagem do jornal O Hoje encontrou esses dias, um grupo conversando de política em um bairro de Aparecida. “Maguito também não era daqui”, disse um comerciante. “Também, como este Leandro, de Jataí”, emendou uma senhora conversadeira. Ao que um bigodudo, mastigando pastel de carne emendou: “Maguito era governador. Tinha muita experiência”. Ao que o primeiro concluiu o papo: “Enfim, não interessa de onde vem. O importante é conhecer a cidade administrativamente” .

A conversa é pauta para quem está ciente do que está acontecendo nos meandros da política aparecidense. E este trio sabe. São comerciantes com contatos na Câmara Municipal. Entendem que este ano é crucial para algumas mudanças na rua, como a instalação de luzes led ou recapeamento na rua. Não apenas em Aparecida, mas em qualquer um dos mais de 5 mil municípios brasileiros. 

“O circo vai pegar fogo”. É assim que a dona de um verdurão, já em outra região da cidade, comenta a política na cidade. “A gente nunca sabe quem vai ganhar. E esse é o barato”, diz, sorridente. O ex-marido já foi vereador na cidade. “Eu voto no MDB. Mas o MDB em Aparecida está sem nome, face, sorriso próprio. Vou falar mais nada”, conclui, sorridente. Ela entende de política.