Oposição tenta desbancar grupo de prefeito filho de ex-governador

Prefeito de Santa Helena de Goiás, o médico João Alberto (PRD, antigo Patriota) ainda não decidiu quem deverá sucedê-lo. Nomes não faltam. Por enquanto, o vice dele, nas duas gestões, o ex-vereador Agenor Bezerra de Queiroz (PRD), é o mais cotado por ser o nome natural.

Caso o clamor das ruas – por meio de pesquisas qualitativas e quantitativas – continuar pedindo renovação, é possível que o prefeito dê aval para outro nome do grupo governista: o do presidente da Câmara Municipal Aduil Lopes que, de olho no cargo, deixou o PTB recentemente e filiou-se ao PRD. Aduil tem bom trânsito na igreja evangélica. Mas o prefeito também está de olho em outro vereador, Áureo Bueno Neto, do PRD, que tem boa relação com o agro, afinal, ele é um pecuarista no município. 

Áureo, que também é ligado à maçonaria,  é neto de um pioneiro na cidade, que faleceu em 2020. E também tem parentes importantes da advocacia em Goiás, como Mariluci Bueno e dos também advogados Júlio e Marilene Bueno, da qual é filho. O que o torna bem relacionado com a população é que a mulher dele, Fernanda Bueno, é uma conhecida médica cardiologista. E atende pelo Sistema Único de Saúde. 

De maneira discreta, o grupo do prefeito tem, em seu pai, o ex-governador e ex-deputado federal (terminou o mandato em 2022) Alcides Rodrigues, uma voz importante no processo. Rodrigues tem recebido aliados em sua casa, que fica no Centro da cidade. De qualquer maneira, quem vai dar o veredicto deverá ser o próprio mandatário que, caso não consiga ser eleito deputado estadual em 2026, não deverá resistir à tentação de voltar à disputa em 2028 – claro, caso o seu candidato não consiga vencer e dar espaço para a oposição. 

Conforme a reportagem do jornal O Hoje ouviu de entendedores da política local, dos 13 vereadores da cidade, nove estão na base. Além do próprio PRD, o prefeito conta com apoio do Agir, PL e Avante. É a tropa de choque de João para tentar evitar que o MDB do vice-governador Daniel Vilela avance na direção à vitória pelo cargo político mais importante da cidade. 

Por enquanto, o maior rival do prefeito e incômodo ao grupo é o vereador Rones Ferreira (MDB). Outro nome que também pode concorrer pela ala oposicionista é Iris Parreira, que ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura em 2020, quando obteve 43,64%. Foram 8.799 votos. O prefeito João Alberto Vieira Rodrigues, que foi reeleito, alcançou 56,36% dos votos, ou seja, a confiança de 11.365 eleitores. 

Existe na cidade a expectativa de quem o emedebista histórico – que foi vereador algumas vezes e prefeito por dois mandatos – Judson Lourenço possa indicar para a cabeça de chapa pelo MDB. Presidente do MDB municipal, Lourenço afirmou, em conversa com o repórter na tarde desta quinta-feira (18), que, ao contrário do que foi publicado pela reportagem, não tem preferência pelo pré-candidato Rones Ferreira. “Apoio o nome que for homologado pelo partido, seja um dos dois ou um terceiro”.

Judson afirma que tem, naturalmente, o apoio do vice-governador Daniel Vilela e que é indispensável, também, o do governador para o projeto da legenda na cidade como linha de frente na oposição. Sobre o PSDB, embora não tenha buscado apoio da legenda tucana, ele afirma que, caso não haja atrito com o Palácio das Esmeraldas, aceitaria aliança em prol do projeto com a sigla.

Candidatura da base

Dos candidatos ventilados para sair pela base governista – do grupo do ex-governador Alcides Rodrigues -, de qualquer forma, comenta-se que, o melhor, é ter o prefeito ao seu lado. Bem avaliado, ele, o prefeito, sabe o que o povo quer. Não teme oposição nem mesmo do União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, do MDB do vice-governador e até do PSDB do ex-governador Marconi Perillo.