Irista tradicional, Paulo Ortegal diz que aceitaria ser vice de Mabel

Ex-secretário do ex-prefeito Iris Rezende (MDB) e figura próxima do líder por décadas, Paulo Ortegal é visto como um bom nome para vice de Sandro Mabel (União Brasil), pré-candidato da base caiadista à prefeitura de Goiânia. Ao Jornal O Hoje, ele confirmou a existência de conversas e disse estar à disposição. 

“Não sei e estou pronto”, brinca e completa: “Mas estou bem-disposto, se convocado pelo partido, a dar essa contribuição que a cidade precisa.” Ortegal, homem de confiança de Iris, confirmou que tem conversado com o vice-governador e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, sobre o tema. 

Apesar disso, ele reforça que este tipo de decisão só é tomada mais próxima das convenções partidárias. Assim, Paulo Ortegal acredita que esse anúncio ficará para julho.

“Mas tudo isso está na esfera do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do Daniel. Em função da aliança do União Brasil e do MDB. Então, simplesmente aguardamos a orientação do governador e do vice.”

Ortegal não esperava um retorno. Mas confessa que, se indicado, aceita o desafio. “A cidade merece um sacrifício. Caso se concretize [a indicação], vamos nos desdobrar para procurar a experiência que temos e colocar a serviço da população”, reforça.

Nada está definido

O MDB, além de Ortegal, também tem a filha do ex-prefeito Iris, a advogada Ana Paula Rezende, como opção. Ela, que já foi a principal cotada para cabeça de chapa, hoje é vista como possibilidade de vice. 

Ainda assim, a emedebista pode estar resistente. Nesse cenário, Paulo Ortegal aparece como um desejo do partido e a representação do “irismo”.

Mas o caminho não está aberto para o MDB. Nos bastidores da política goiana, a informação é que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), decidiu mostrar as garras à base caiadista. Não é novidade que o deputado tem articulado, com o respaldo de diversos parlamentares, a indicação de um vice ao projeto, por ora, encabeçado pelo ex-deputado federal Sandro Mabel. 

Desde que Mabel foi ao encontro dos deputados na Alego, há duas semanas, Bruno fala abertamente sobre o interesse do Parlamento em ter um nome ‘dos deputados’ na vice governista. Há quem aposte, sem qualquer receio, que ‘dessa vez’ o político não vai ceder. 

O ‘dessa vez’ diz respeito ao fato de que Bruno teve seu desejo de mergulhar na disputa pela prefeitura de Goiânia preterido pela base do governador. Há quem diga que o deputado ‘nunca engoliu’ essa história e que, se não for atendido agora, vai marcar posição, seja ela, ou não, condizente com os desejos do governador.

Nesse contexto, Bruno tem buscado fortalecer seu grupo político já alicerçado por ao menos quatro partidos: Agir, Avante, PRD e PSB. Ao Agir, inclusive, Peixoto viabilizou a filiação de sua esposa, Luciene Peixoto, que tende a ser bancada pelo grupo como a indicação para a vice de Mabel. 

Mas é possível que MDB ainda seja contemplado, mesmo na Alego. O deputado estadual Charles Bento seria uma possibilidade de pacificação. Resta saber se os dois grupos acatariam a ideia.