Deputados goianos são favoráveis ao envio de emendas ao RS, mas cobram discussão

Reunião discutirá ajuda ao estado gaúcho após chuvas devastadoras

Postado em: 09-05-2024 às 10h30
Por: Gabriel Neves Matos
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Parlamentares goianos ouvidos pela reportagem são favoráveis quanto à destinação de emendas ao Rio Grande do Sul, mas cobram que o assunto passe primeiro por discussão entre os deputados que compõem a bancada de Goiás na Câmara Federal | Fotos: Pablo Valadares/Divulgação/Câmara dos Deputados; Divulgação/Câmara dos Deputados; Maryanna Oliveira/Divulgação/Câmara dos Deputados; Divulgação/Câmara dos Deputados

Em meio a escalada da catástrofe provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, que já deixou ao menos uma centena de mortos e milhares de desabrigados, segundo informações divulgadas pela Defesa Civil na quarta-feira (8), setores da sociedade civil e autoridades dos Três Poderes têm se mobilizado em prol da calamidade pública que o estado gaúcho enfrenta. 

Parlamentares goianos ouvidos pela reportagem são favoráveis quanto à destinação de emendas ao Rio Grande do Sul, mas cobram que o assunto passe primeiro por discussão entre os deputados que compõem a bancada de Goiás na Câmara Federal. O HOJE apurou que uma reunião para tratar do assunto deve ocorrer no máximo até esta quinta-feira (9). 

“A líder da bancada goiana [deputada federal] Flávia Morais [PDT] ainda não marcou uma reunião para tratar desse assunto, portanto, se alguém está destinando recursos para o Rio Grande do Sul, é decisão do parlamentar”, comenta ao HOJE o deputado federal José Nelto (PP), ponderando que é preciso saber também acerca das implicações jurídicas quanto à matéria, uma vez que já houve empenho dos recursos. “Já foram destinadas as emendas impositivas ao estado de Goiás. A alternativa jurídica, eu ainda não sei. Talvez tenha que votar uma lei ou uma PEC.”

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Embora favorável ao tema, Nelto diz ainda que, no caso dele, não haveria possibilidade de destinar todas as suas emendas para o Rio Grande do Sul. “Eu destinaria 10% ou 20%, algo normal. Mas todas eu não tenho como. Nenhum parlamentar tem. Precisamos ser sinceros e honestos. Não podemos ser hipócritas ou populistas e brincar com o povo… Falar uma coisa e fazer outra.”

O governo federal decidiu na terça-feira (7) autorizar que deputados e senadores enviem emendas individuais para ações de socorro ao Rio Grande do Sul. Conforme mostrou o jornal Valor Econômico, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que essas verbas poderão ser usadas para ações nas áreas de saúde, defesa civil e assistência social.

A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) destaca ao HOJE que ainda nesta semana o Congresso Nacional aprovou decreto legislativo de ajuda emergencial do governo federal ao Rio Grande do Sul, que visa acelerar o repasse de verbas ao estado. A expectativa agora é quanto às emendas. “Aguardando as orientações [da liderança da bancada]. Acredito que será muito rápido”, afirma. 

O deputado federal Ismael Alexandrino (PSD) diz à reportagem que destinará emendas aos gaúchos caso tenha verba disponível. Ex-secretário estadual de Saúde em Goiás, ele foi escalado para missão humanitária de emergência e viajou ao Rio Grande do Sul na tarde de quarta-feira para atuar como médico intensivista em auxílio às vítimas da catástrofe. 

Alexandrino estará a bordo do navio NAM Atlântico, que, segundo a Marinha do Brasil, é responsável por abrigar o maior complexo médico entre todos presentes na força. Ele foi escalado por fazer parte do corpo de reserva da Marinha. Alexandrino é relator do projeto que estabelece diretrizes em relação a ações tomadas em emergências de saúde pública. Ele antecipou alterações que serão feitas no relatório com base na catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul: “Vamos incluir no texto que se torne obrigatório a instalação de uma usina de oxigênio em unidades hospitalares acima de 60 leitos e de gerador de energia em hospitais, independentemente de tamanho.”

Após o Senado promulgar o decreto de ajuda ao Rio Grande do Sul, o senador Wilder Morais (PL) disse que Goiás está se mobilizando para enviar cobertores e alimentos  para as áreas atingidas. E informou que destinará R$ 1 milhão em emenda pessoal para o estado, sugerindo ainda que os colegas façam o mesmo.

Já o senador Jorge Kajuru, líder do PSB no Senado, pediu através de ofício para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional, “intercederem” junto aos partidos para viabilizar a destinação de 50% do fundo eleitoral deste ano para mitigação da crise no Rio Grande do Sul, segundo informou a revista Veja. Em pronunciamento na terça-feira (7), Kajuru disse que vai repassar 50% de suas emendas ao estado gaúcho.

Na esteira das enchentes do sul, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD), pautou nesta semana um projeto que cria a política nacional de gestão de risco de desastre e que tem como objetivo reduzir a possibilidade de um evento adverso se transformar em uma tragédia. O texto é de autoria do senador Marcos Pontes (PL-SP).

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