Caiado fala em ‘parcimônia’ ao tratar de dinheiro público

Após reunião com deputados estaduais, governador cita equilíbrio fiscal como ponto-chave para próximos governos

Postado em: 10-05-2024 às 07h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: Caiado fala em ‘parcimônia’ ao tratar de dinheiro público
Fala do governador ocorreu um dia após ele ter se reunido com deputados estaduais para tratar sobre a possibilidade de aumento das emendas impositivas, em meio a busca do estado pelo equilíbrio fiscal | Foto: Reprodução

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) disse ontem (9) que é preciso ter “parcimônia” para tratar de dinheiro público e atribuiu a boa avaliação de sua gestão em Goiás ao critério para gastos e ao “respeito” que dispensa às finanças públicas. A fala do governador ocorreu um dia após ele ter se reunido com deputados estaduais para tratar sobre a possibilidade de aumento das emendas impositivas, em meio a busca do estado pelo equilíbrio fiscal. 

“A primeira coisa é dentro da casa da gente. Se a gente não tem regra pra gastar, a gente vai entrar em um processo de endividamento e vai inviabilizar a família toda. Ao assumir o governo, havia R$ 6,6 bilhões de dívidas. Não tinha condições de fazer empréstimo”, afirmou Caiado durante evento do programa Goiás Social, que marcou o início da entrega de cobertores a partir da campanha Aquecendo Vidas 2024. 

A reunião realizada com os parlamentares na noite de quarta-feira (8) encerrou com resposta negativa de Caiado ao pedido de aumento imediato de parte do orçamento estadual dedicado ao pagamento das emendas impositivas. Na prática, a proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pelos deputados prevê aumento de 1,2% para 2% das emendas a partir da receita líquida do estado. 

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Caiado dedicou parte do seu discurso no evento do Goiás Social para falar sobre a responsabilidade fiscal do governo estadual. Nesta semana, Goiás recebeu nota “A” na classificação de desempenho feita pelo Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que elabora o documento semestralmente e monitora as ações do estado ao longo do período de vigência RRF. 

O documento do Ministério da Fazenda aponta que o estado cumpriu todas as metas acordadas no RRF no segundo semestre de 2023. De acordo com o relatório, Goiás recebeu nota “A” por “não terem sido verificadas violações às vedações na lei ou atrasos nas medidas de ajuste fiscal e constatado o cumprimento das metas e compromissos fiscais”. 

“Quando se tem respeito com o dinheiro público, você vê que ele passa a atingir e a atender todas as necessidades de um povo. Por isso que a gente tem que ter muita responsabilidade”, discursou o governador. Ao falar com os jornalistas, Caiado ressaltou a tese de que é preciso entregar o estado com as contas em equilíbrio para o próximo governante. 

“Nós precisamos transferir para o nosso sucessor um estado equilibrado. Antigamente em Goiás pensava-se o seguinte: ‘Eu vou governar por quatro anos e no final do quarto ano eu vou fazer tudo quanto é aumento e acabar com o estado para entregar ao meu sucessor’. Assim eu recebi Goiás. Eu vou transferir o estado de Goiás, quando sair do governo, em condições de equilíbrio fiscal para que ele possa continuar governando”, declarou. 

Para o governador, a base do governo é responsável pelo resultado do estado e a gestão bem avaliada é aquela que tem “responsabilidade fiscal”. “Não se pode propor gastança, não se pode expandir gastos no momento em que você está num regime de recuperação fiscal — diferente de outros estados que não conseguiram a meta de Goiás, que foi nota ‘A’ dentro do Tesouro Nacional”, disse Caiado.  

Na esteira da manutenção do projeto para disputar a Presidência da República em 2026, o governador goiano cumpriu agendas em São Paulo nesta semana e fez acenos à Faria Lima em almoços com empresários, executivos e investidores. Ele criticou a política econômica tocada pelo governo do presidente Lula (PT), defendeu privatizações, destacou a economia de Goiás e voltou a criticar pontos da reforma tributária.

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