Possibilidade de federação vem na esteira de rusga entre pré-candidatos do PSDB e Solidariedade

Ainda que a maioria das lideranças acreditem que a união, caso aconteça, não terá impacto nas eleições municipais de 2024, não passou batida a leitura de que toda essa conversa veio em um momento um tanto quanto ‘delicado’

Postado em: 10-05-2024 às 09h30
Por: Redação
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Cruz desafiou Ribeiro depois de o tucano questionar um post do prefeito em que celebrava os resultados de uma operação da Prefeitura de Goiânia batizada de “Cidade Limpa" | Foto:

Felipe Cardoso e Gabriel Neves

Paria nos bastidores da política goianiense diferentes comentários acerca de uma possível federação entre os partidos PSDB e Solidariedade a nível nacional. Ainda que a maioria absoluta dos políticos acreditem que a união, caso aconteça, não terá qualquer impacto nas eleições municipais de 2024, não passou batida a leitura de que toda essa conversa veio em um momento um tanto quanto ‘delicado’.

A avaliação tem relação com o recente estranhamento entre o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade) e o pré-candidato do PSDB à prefeitura, o jornalista Matheus Ribeiro. No último final de semana, eles estiveram frente a frente para passar a limpo uma história que teve início nas redes sociais. Acontece que após provocações no Instagram, ambos se encontraram para falar de lixo.

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No último domingo (5), eles foram ao encontro um do outro no Parque Itatiaia. Cruz desafiou Ribeiro depois de o tucano questionar um post do prefeito em que celebrava os resultados de uma operação da Prefeitura de Goiânia batizada de “Cidade Limpa”. “24 horas da Operação Cidade Limpa! Encerramos às 7h deste sábado a fiscalização da coleta domiciliar na Região Leste. Mais de 900 toneladas de lixo foram recolhidas, percorrendo 5 mil quilômetros. É meu compromisso com os goianienses de cuidar da nossa cidade e mantê-la sempre limpa!”, escreveu o prefeito. 

Na sequência, o pré-candidato tucano respondeu: “Prefeito, o duro é saber como 900 toneladas de lixo ficaram nas ruas sem a devida coleta. Por favor, o senhor não deveria estar se vangloriando disso.” Ao que Cruz então replicou: “Se esta atitude é vangloriar-se então estou no caminho certo, porque duvido que você teria coragem de ao menos pisar os seus pés no lixão (aterro sanitário) como diz e faço sempre, e que esta atitude para mim é muito normal para acompanhar de perto como estão nossos trabalhadores.”

Foi quando Cruz propôs o desafio. “Aliás, lhe convido a estar comigo amanhã para acompanhar o mesmo serviço na região norte. Topa?”, perguntou. E Ribeiro aceitou a proposta questionando quando e em que horário seria. Até por volta de meia-noite, o tucano afirmava não ter recebido informações da assessoria da Prefeitura da Capital. No entanto, já na manhã de domingo, Ribeiro obteve detalhes sobre onde deveria comparecer para se encontrar com o prefeito. 

“A Comurg vem passando por problemas há muitos anos. É um problema de décadas. Agora, quem teve coragem de fazer com que a Comurg fosse saindo aos poucos da coleta? Eu assumi essa responsabilidade. Aliás, um processo que já estava, inclusive, no Ministério Público”, disse Cruz a Ribeiro.

Costura

Como destacado, o entendimento é que, ainda que tudo se desenvolva da maneira mais célere possível, a aliança entre as siglas dificilmente traria impacto às eleições de 2024. A estratégia dos partidos tem como pano de fundo, na verdade, as eleições de 2026 onde ambos desejam chegar fortes suficientes para construir um projeto sólido a ponto de terminarem vitoriosos ou ampliar consideravelmente o poder de barganha. 

Vale lembrar que atualmente o PSDB figura no cenário político nacional federado ao Cidadania. Ambos mantiveram a independência e não apoiaram nenhum dos dois candidatos alçados ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022, leia-se: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Na contramão,o Solidariedade optou por compor o palanque de Lula, que no final das contas terminou vitorioso. 

Mas há uma insatisfação considerável por parte dos dirigentes da sigla em relação aos espaços. Isso porque, apesar do apoio, o Solidariedade não foi contemplado como gostaria com cargos no primeiro escalão do Executivo. Isso teria levado os dirigentes a pensarem em uma via alternativa, que passa justamente por uma composição forte, capaz de, como frisado, terminar vitoriosa ou ao menos mais influente a partir das eleições daquele ano.

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