Tragédia do Sul dá fôlego a debate eleitoral nos municípios, mas ajuda pré-candidatos

Preocupação, por enquanto, é sobre envio de donativos às vítimas de tragédia ambiental

Postado em: 10-05-2024 às 10h30
Por: Yago Sales
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Clima pré-eleitoral está mais calmo, pelo menos ao que a imprensa goiana tem alcance, Goiânia, Aparecida, Anápolis, entre outras cidades | Foto: Reprodução

Enquanto brasileiros, boquiabertos, acompanham, de casa, assistindo pela televisão ou celular, ao drama de famílias inteiras do Rio Grande do Sul, o clima pré-eleitoral está mais calmo, pelo menos ao que a imprensa goiana tem alcance, Goiânia, Aparecida, Anápolis, entre outras cidades. 

A energia dos brasileiros – e políticos – deverá se concentrar maiormente no envio de donativos às vítimas por meio de recolhimento em diversos pontos de praticamente todas as cidades brasileiras, ao menos aquelas de onde é possível escoar, para as regiões impactadas, doações que vão ajudar na higiene pessoal, alimentação, vestimenta e até medicamentos. Claro, água potável. Estações de tratamento de água da região foram desligadas por conta de risco de choque elétrico que, segundo autoridades locais, mataram gaúchos. 

Voltando às eleições municipais: embora os pré-candidatos não estejam discutindo de forma pública, pelo menos, nesses últimos dias, aspectos eleitorais, alianças ou algo assim, muito das ações que fazem em prol da catástrofe ambiental têm sido interpretadas como algo que poderia ajudá-los no curso eleitoral. 

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Mesmo que ações possam ter a justificativa de ter caráter humanístico, é impossível não associar as vontades e necessidades eleitorais. 

O prefeito de Goiânia, por exemplo, assim como o de Aparecida, Vilmar Mariano, apareceram afoitos em vídeos anunciando a entrega, por parte de ações de suas prefeituras, de donativos às vítimas. Ambos vão tentar a reeleição em suas respectivas cidades. 

Vilmar Mariano, inclusive, vai doar todos os alimentos recebidos no “Aparecida É Show 2024” para as vítimas do Rio Grande do Sul. Outro pré-candidato que está dando o que falar é o coach Pablo Marçal que quer ser prefeito de São Paulo. 

O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (9), um conjunto de medidas que deve injetar quase R$ 50,945 bilhões na economia do Rio Grande do Sul, estado que enfrenta a maior tragédia de sua história, após ser atingido por chuvas e enchentes nos últimos dias. A antecipação de benefícios, a estruturação de projetos de logística e infraestrutura e, principalmente, o aporte de recursos para alavancar e subvencionar o crédito estão entre as ações.

Em apresentação no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou que esses são recursos iniciais. “Isso não termina aqui. Eu tenho dito aos ministros que nós temos que nos preparar porque a gente vai ter o tamanho da grandeza dos problemas quando a água baixar e quando os rios voltarem à normalidade”, disse Lula.

“Vamos ter que, agora, começar a pensar como que a gente vai atender as pessoas. Porque eu já sofri enchente, deu 1,5 metro dentro da minha casa e quando a água vai embora a desgraça é muito feia […]. Você não tem a quantidade de lama que fica, a quantidade de sanguessuga, de bactérias, de baratas mortas, é um negócio do inferno. E essa gente perdeu aqueles bens, muita gente acha que uma televisão é uma pequena coisa, que não tem muita importância, mas para uma pessoa mais humilde, a televisão é um patrimônio. O fogão é um baita de um patrimônio, a geladeira, então, nem se fala. E uma máquina de lavar roupa é uma coisa muito importante para as mulheres que estão sobrevivendo a um verdadeiro sofrimento e martírio com essa chuva”, argumentou o presidente.

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