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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Jogo político

Legendas apostam em puxadores de votos para montagem de chapas 

Siglas precisam garantir competitividade e votação expressiva para alcançar quociente eleitoral e obter cadeiras no Parlamento

Postado em 19 de julho de 2024 por Francisco Costa
O Executivo municipal recebe os holofotes nas eleições de 2024 Foto: Reprodução

O Executivo municipal recebe os holofotes nas eleições de 2024, mas tão importante quanto – até mais para as legenda sem pré-candidatos ao Paço – é montar uma chapa de vereadores competitiva. Em Goiânia, como nos demais municípios, cada partido coloca uma meta para ascender à Câmara Municipal e, para isso, são necessários puxadores de votos. 

Partido tradicional em eleições da capital, o MDB pode ficar de fora da chapa majoritária, mas tem a meta ousada de manter, pelo menos, os atuais 11 vereadores. O presidente metropolitano da legenda, Agenor Mariano, garante que terá um grupo de candidatos competitivos, mas prefere não antecipar nomes. 

Já na Casa, contudo, emedebistas bem votados no pleito de 2020 podem repetir a proeza, como Dr. Gian, Anselmo Pereira e Henrique Alves. Luciula do Recanto, eleita pelo PSD naquele, hoje está no MDB e também aposta de boa votação. 

Mas em relação a partidos com nomes ao Paço, o PT da Delegada Adriana Accorsi – federado com o PCdoB e PV – aposta em três puxadores de voto para garantir o máximo de cadeiras possíveis. São eles, a presidente estadual da legenda, vereadora Kátia Maria, o também vereador Fabrício Rosa e o suplente de deputado federal e ex-reitor da UFG, Edward Madureira, conforme um membro da legenda. 

Pelo União Brasil o postulante ao Paço Sandro Mabel – nome da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) -, o vereador Lucas Kitão pode atrair eleitores. O Hoje procurou o presidente metropolitano da legenda, Marcos Roberto, mas ele não falou sobre as apostas da sigla. Também ocupam cargo na Câmara de Goiânia, hoje, Denício Trindade e Paulo Magalhães. 

O veículo de comunicação também não conseguiu retorno da direção do PL sobre os nomes, mas o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro tem, hoje, Willian Veloso. Candidato ao governo em 2022, o ex-deputado federal Major Vitor Hugo também é pré-candidato ao parlamento e visto como nome forte. O partido tem como pré-candidato à prefeitura de Goiânia o ex-deputado estadual Fred Rodrigues. 

Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz está filiado ao Solidariedade. Presidente estadual da legenda, Denes Pereira não respondeu às perguntas do Hoje. Contudo, o partido possui seis vereadores no Legislativo da capital: João Guimarães, Leandro Sena, Léo José, Raphael da Saúde, Ronilson Reis e Welton Lemos. A ex-vereadora (cassada) Gabriela Rodart também está filiada.

Outro partido com pré-candidato é o PSDB, federado com o Cidadania. Presidente metropolitano e pré-candidato tucano, o jornalista Matheus Ribeiro falou que a vereadora Aava Santiago será a principal puxadora de voto. “Naturalmente, a vereadora Aava Santiago, pelo competente trabalho que faz na oposição, lidera a nossa chapa. O partido acredita na reeleição de Aava e tem investido na estruturação de uma chapa coesa, que defende e apoia o projeto do partido de chegar ao segundo turno das eleições aqui na capital”, disse.

Um dos nomes considerados fortes no páreo à prefeitura é do senador Vanderlan Cardoso, presidente estadual do PSD. Hoje, a legenda que elegeu, em 2020, Luciula do Recanto e Sabrina Garcez – terceira e quarta colocadas no pleito – não tem nenhum vereador na Casa. O Hoje procurou o presidente metropolitano, deputado Ismael Alexandrino, para saber sobre as apostas da chapa, e ele enumerou seis nomes: Henry Almeida, Inspetor Newton, Samuel Cout, Lucélia Rodrigues, Brenda Gontijo e Neto Arantes.

O Novo, do empresário e pré-candidato Leonardo Rizzo, por sua vez, acredita que conseguirá eleger seu primeiro vereador em Goiânia (e Goiás). A direção da legenda aposta em três nomes de puxadores de votos: o advogado Carlos André, o ex-superintendente do Procon, Levy Rafael, e Paulo Vitor Marques. 

Sem pré-candidato à prefeitura, mas com possibilidade de ocupar a vice do PT, o PSB aposta em uma chapa forte com puxadores de votos. Entre eles, o jornalista Alysson Lima, ex-vereador e ex-deputado estadual; Felizberto Tavares, ex-vereador e policial rodoviário federal; Lucilene Kalunga, líder quilombola; e Ludmila Rosa, cientista política. 

E estas nem são todas as legendas que disputarão a Casa de Leis de Goiânia. Todas elas montarão chapas de até 38 candidatos, um a mais que o nome de cadeiras disponíveis no parlamento. Entre elas, ainda existe a UP, legenda nova e pequena de esquerda que tem como pré-candidato ao Paço o Professor Reinaldo Pantaleão. Anteriormente, o nome do Delegado Humberto Teófilo estava colocado pelo DC, mas a legenda optou por apoiar Sandro Mabel. 

Quociente eleitoral

Mas por que puxadores de votos? Isso é necessário, pois a eleição do legislativo municipal é baseada no quociente eleitoral. Assim, a cadeira de Câmara de Goiânia “custou” cerca de 16,8 mil votos em 2020. Isso porque foram mais de 590 mil votos válidos para vereadores, naquele ano.

“O quociente eleitoral, nada mais é do que pegar o número de votos válidos da eleição dentre de um município e dividir pelo número de lugares a preencher, ou seja, a quantidade de vereadores. Feita essa divisão, se encontra o quociente eleitoral”, explica o advogado eleitoral Cleone Meirelles.

De acordo com ele, para verificar quais partidos e quantas cadeiras cada um irá ocupar, é preciso verificar o quociente partidário. “Pego o quociente eleitoral e dividido pelo número de votos recebidos pelo partido ou federação. Assumem os mais votados dentro da legenda ou federação, conforme o número de cadeiras alcançadas”, esclarece.

Em relação às sobras, ele diz que é preciso dividir o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo número de lugares por ele obtidos. Assim, se uma sigla conseguir três cadeiras, soma-se mais um para dificultar a quarta vaga, e a próxima legenda que alcançar maior média vai preencher a cadeira remanescente. A sequência continua até atingir todas as sobras. 

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que todas as legendas podem participar da sobra, independente de terem alcançado a cláusula de desempenho. A regra, contudo, não foi retroativa a 2022, valendo a partir deste pleito.

Suplente

Cleone também explica a questão da suplência do vereador. Ele lembra que não existe vice para o cargo de parlamentar. Sendo assim, ninguém concorre para ser suplente. 

“Então, a suplência é determinada pela votação nominal. Os mais bem votados que alcançaram a cláusula de barreira estão eleitos e diplomados. O próximo mais bem votado, que não assume, é o primeiro suplente. Havendo vacância de um dos cargos, ele vai assumir a vereança”, detalha.

Esse suplente não precisa ter alcançado a cláusula de barreira para poder ser diplomado e ser empossado como vereador. “Ele é um não eleito e não exerce, de fato, a vereança. Contudo, na vacância, assumem os suplentes na ordem nominal decrescente de cada partido ou federação.”

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