São Francisco de Goiás pode ter PT e PL unidos em uma candidatura

Prefeito em busca de reeleição, Cleuton Gomes tem ambas as legendas na base

Postado em: 26-07-2024 às 03h30
Por: Francisco Costa
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Prefeito Cleuton Gomes é filiado ao partido União Brasil, de Caiado, e aguarda definição de siglas | Foto: Divulgação

Em São Francisco de Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem estar “no mesmo palanque”. Parece mentira, mas, hoje, o prefeito Cleuton Gomes (União Brasil), que é pré-candidato à reeleição, tem ambos os partidos em sua base de apoio. 

“Está todo mundo junto”, diz bem-humorado ao Jornal O Hoje e emenda: “Vamos ver se continua até a convenção partidária, né?” No município, o União Brasil realiza sua convenção em 2 de agosto. O prazo final é o dia 5. 

Timbó, como também é conhecido, se diz bolsonarista. Porém, afirma que o “grupo de Lula faz parte do nosso governo. Temos amizade”. Segundo ele, o lema é: “Quando passam as eleições, o único partido é a cidade, São Francisco de Goiás.”

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São Francisco de Goiás está a quase 100 km de Goiânia e tem população de 6.378 habitantes. Cidade tranquila na visão do prefeito, assim como seu povo. Por isso, ele não vê problemas nessa possível aliança prosperar nas convenções.

Junto com o União Brasil, PT e PL, Cleuton espera confirmar em sua aliança outros três partidos. São eles: Podemos, Agir e Solidariedade. Além de Cleuton, também é pré-candidata à prefeitura da cidade, a tucana Ana Stival (PSDB). Ela é advogada e empresária.

Visão

“A realidade local é um muro intransponível”, segundo o cientista político e professor, Marcos Marinho. “O contexto político do município é totalmente independente do contexto político do País. Os grupos políticos que se formam, que se transformam, são uma realidade à parte.”

De acordo com ele, é muito difícil uma decisão verticalizada, de Brasília para o resto do País. O cientista argumenta que são poucos os partidos que mantêm uma base ideológica aguerrida [em todas as cidades]. Assim, o candidato vai buscar alianças que deem a ele condição de disputa.

“E aí não importa se é esquerda ou direita. Para ganhar a eleição, ele articula internamente. A realidade do município, o contexto local, é o que dá o tom das alianças. Não adianta esbravejar em Brasília que não pode juntar, porque a eleição municipal vai transcorrer de acordo com a realidade do município”, arrematou.

PT não cria empecilhos

Em agosto de 2023, o PT já tinha deliberado sobre a possibilidade de alianças que incluíssem o PL. À época, o Partido dos Trabalhadores decidiu não barrar a união nas eleições municipais deste ano. 

É preciso, contudo, que o candidato apoie o presidente Lula em 2026. Além disso, fica “vedado o apoio a candidatos e candidatas identificados com o projeto bolsonarista”. A decisão ocorreu no diretório petista, com votação e aprovação de 29 votos a 27.

Existe uma ala do PL mais inclinada ao centrão do que à direita. Ou seja, fora do chamado bolsonarismo raiz. 

As convenções partidárias começaram em 20 de julho e seguem até 5 de agosto. No período, partidos e federações poderão deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral. A informação é do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO).

Neste ano, o primeiro turno das eleições ocorre em 6 de outubro. A segunda etapa será em 27 de outubro. Estas ocorrem em municípios com mais de 200 mil eleitores. Em Goiás, Goiânia, Aparecida e Anápolis.

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