Em pronunciamento, Bolsonaro pede volta ao trabalho e defende cloroquina

Ele disse ter 'certeza' que a 'grande maioria' quer voltar a trabalhar. Segundo pesquisa Datafolha, para 76% é melhor ficar em casa| Foto: Reprodução

Postado em: 08-04-2020 às 22h00
Por: Redação
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Ele disse ter 'certeza' que a 'grande maioria' quer voltar a trabalhar. Segundo pesquisa Datafolha, para 76% é melhor ficar em casa| Foto: Reprodução

Eduardo Marques

Em seu quinto pronunciamento em rede nacional de rádio e TV sobre a crise do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na noite desta quarta-feira (8) que é dos governadores a “responsabilidade exclusiva” das medidas de isolamento social motivadas pela pandemia da Covid-19 (confira o vídeo mais abaixo). 

O presidente afirmou ter “certeza” de que a “grande maioria” dos brasileiros quer retornar ao trabalho e disse ter dado essa orientação aos ministros, “observadas as normas do Ministério da Saúde”. De acordo com Bolsonaro, há dois problemas a resolver: “o vírus e o desemprego”, que, segundo afirmou, devem ser tratados “simultaneamente”.

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“As consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a própria doença. O desemprego também leva à pobreza, à fome, à miséria, enfim, à própria morte”, declarou.

De acordo com pesquisa do instituto Datafolha divulgada na última segunda-feira (6), 76% dos entrevistados acreditam que o mais importante neste momento é ficar em casa; 18%, segundo o levantamento, querem acabar com o isolamento.

O Ministério da Saúde defende o isolamento amplo como forma de conter a disseminação do coronavírus, mesma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).  

Num discurso de cerca de seis minutos, Bolsonaro ainda elencou medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise e também aproveitou o pronunciamento para defender o emprego da substância hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

“Fruto de minha conversa direta com o primeiro-ministro da Índia, receberemos até sábado matéria-prima para continuarmos produzindo a hidroxicloroquina, de modo a podermos tratar pacientes da covid-19, bem como malária, lúpus e artrite”, afirmou. 

O presidente ainda disse que parabenizou o cardiologista Roberto Kalil, que assumiu ter tomado a hidroxicloroquina, com sucesso, para se curar da Covid-19 e que também ministrou a pacientes. 

“Todos estão salvos. [Kalil] Disse mais: que, mesmo sem ter finalizado o protocolo de testes, ministrou o medicamento agora para nãos e arrepender no futuro. Essa decisão poderá entrar para a história como tendo salvo milhares de vidas no Brasil”, defendeu. 

Bolsonaro fez um aceno ao seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com o qual teve sucessivos embates que cogitou demitir nos últimos dias. Bolsonaro ressaltou ainda que sua equipe deve estar alinhada com as ideias do presidente.

“Nosso objetivo sempre foi salvar vidas. Tenho a responsabilidade de decidir sobre questões do país de forma ampla, usando a equipe de ministros que escolhi para conduzir os destinos da nação. Todos devem estar sintonizados comigo”, frisou. 

Ao fim de seu pronunciamento, o presidente listou medidas econômicas anunciadas pelo governo para minimizar o impacto da pandemia no país. 

A primeira delas foi o pagamento do auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais, alvos de críticas pela demora no pagamento, que deve ter início nesta quinta-feira (9). 

“A partir de amanhã começaremos a pagar R$ 600 de auxílio emergencial para apoiar trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores durante 3 meses”, disse.

Jair Bolsonaro também listou outras medidas, como a linha de financiamento de R$ 60 bilhões da Caixa Econômica Federal para capital de giro a micro, pequenas e médias empresas. Ele ainda comentou medida provisória publicada nesta quarta que autoriza saques de até R$ 1045 do FGTS. 

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