Maia pede redução de salários dos 3 poderes, ao responder proposta de Bolsonaro

Presidente sugeriu cortes nos salários de deputados e senadores para bancar ampliação do auxílio emergencial – Foto: Reprodução.

Postado em: 09-06-2020 às 17h26
Por: Nielton Soares
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Presidente sugeriu cortes nos salários de deputados e senadores para bancar ampliação do auxílio emergencial – Foto: Reprodução.

Nielton Soares

O presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) sugeriu, nesta terça-feira (9), que os deputados e senadores cortem no
próprio salário para ampliar o pagamento do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso
Nacional. Em resposta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
garantiu discutir a sugestão de redução do salário de parlamentares desde que
os três poderes também aceite fazer o mesmo.

O parlamento havia autorizado o auxílio
emergencial por apenas três parcelas de R$ 600,00. O Governo Federal busca
ampliar por mais duas parcelas, com valor de R$ 300,00. Mesmo concordando com Bolsonaro,
o presidente da Câmara criticou os cálculos do governo.

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Segundo Maia, o curto de dois
meses do auxílio emergencial soma R$ 100 bilhões e o custo anual do salário de
parlamentares chega ao R$ 220 milhões bruto. “Então estamos comparando R$ 100
bilhões com R$ 220 bilhões. A Câmara já economizou mais de R$ 150 milhões
(desde o início da pandemia), que é quase um ano de salário de parlamentares.
Mas nós não temos problema nesse debate. É um debate que precisa ser feito. Eu
tenho defendido quase que sozinho a necessidade dessa repactuação”, afirmou o
presidente da Câmara.

Para ele, o custo maior dentre os
poderes é do próprio Executivo. Uma vez que detém grande parcela de mão de obra.
“Dos R$ 200 bilhões, incluindo servidores, ministros, presidente da República,
todos, R$ 170 bilhões é do Poder Executivo; R$ 25 bilhões é do Ministério
Público e do Judiciário; e R$ 5 bilhões são os servidores do Congresso
Nacional, incluindo parlamentares da Câmara e do Senado. Se o debate for esse,
não há nenhum problema que todo mundo participe para compensar a manutenção de
dois meses ou três da renda mínima”, salientou Maia.

O presidente da Câmara lembrou
ainda que tal proposta já tinha sido levantada por ele, porém, que o ministro
da Economia, Paulo Guedes, havia sinalizado que não seria necessária a medida
e, nesse sentido, também não houve acordo com integrantes do Poder Judiciário. “Se
todos os poderes topassem uma redução de 10% ou um valor menor para garantir os
R$ 600 eu tenho certeza que o parlamento vai participar e defender”, assegurou.

 

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