“Não posso tirar dos pobres para dar a paupérrimos”, diz Bolsonaro

Modelo apresentado pela equipe de Paulo Guedes (Economia) para o Renda Brasil não agradou o presidente | Foto: Jornal O Globo.

Postado em: 26-08-2020 às 17h00
Por: Nielton Soares
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Modelo apresentado pela equipe de Paulo Guedes (Economia) para o Renda Brasil não agradou o presidente | Foto: Jornal O Globo.

Nielton Soares

O modelo para o Programa Renda
Brasil proposto pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, não agradou
ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A insatisfação foi demonstrada por
ele durante visita a uma usina em Ipatinga (MG).

Segundo Bolsonaro, esse modelo
atual de tirar dos “pobres” e dá aos “paupérrimos” não será encaminhada ao
Congresso Nacional. “Vamos voltar a conversar. A proposta que a equipe
econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento”, frisou.

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A decisão do presidente de rejeitar
o programa elaborado pelo Ministério da Economia se tornou uma derrota para Paulo
Guedes, pois anula praticamente todo o trabalho realizado até então. E,
exposição das divergências entre Bolsonaro e o ministro não estão sendo bem
vistas pelo mercado financeiro. Após as declarações, já se registram quedas no
Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira.

O presidente criticou
especificamente a proposta do uso do dinheiro destinado ao abono salarial para
o financiamento do Renda Brasil. “Não posso tirar de pobre para dar para
paupérrimos, não podemos fazer isso aí. Como a questão do abono salarial, para
quem tem até dois salários. Seria um 14º, não podemos tirar de 12 milhões de
famílias para dar para o Bolsa Família, ou Renda Brasil, seja o que for o nome
deste programa”, frisou.

Por enquanto o valor do auxílio
emergencial segue indefinido pelo Governo Federal. Na ocasião, Bolsonaro
comentou que o auxílio emergencial, criado por causa da pandemia do novo Coronavírus,
será ampliado até dezembro deste ano.

Auxílio emergencial

A estimativa é que o valor, ainda
está em aberto, não seja de R$ 600 e nem de R$ 200. A proposta é que o valor
alcance um “meio termo” desses valores. “Sabemos que R$ 600 é
pouco para muita gente que recebe. Mas é muito para um país que se
endivida”.

Para a aprovação do Renda Brasil,
a proposta deve ser aprovada pelo Congresso Nacional, mas pode ser instituída por
meio de uma medida provisória — dispositivo de competência do presidente da
República, com força de lei, porém com vigência temporária até a análise dos
congressistas — ou um projeto de lei comum.

 

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