Ex-emedebistas vetam Daniel vice de Caiado

O maior obstáculo será Adib Elias, que também é pré-candidato a uma participação na chapa da reeleição de Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

Postado em: 20-04-2021 às 08h25
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Ex-emedebistas vetam Daniel vice de Caiado
O maior obstáculo será Adib Elias, que também é pré-candidato a uma participação na chapa da reeleição de Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

José Luiz Bittencourt 

O passado sempre volta
para assombrar o presente. O
caminho aparentemente tranquilo do presidente estadual
do MDB Daniel vilela rumo a
se encaixar da chapa da reeleição do governador Ronaldo
Caiado esbarra em um obstáculo que pode até ser transposto, porém não com facilidade. É que, desde agora, os
prefeitos que foram expulsos
do partido por Daniel, sob a
“acusação” dar apoio à candidatura de Caiado em 2018, já
tomaram a decisão de vetar o
acordo DEM-MDB e se preparar para influenciar a escolha
do nome que irá acompanhar
o governador no pleito de 2022.

Falando em traição, Daniel
vilela, sob o silêncio complacente do pai Maguito vilela,
foi duro e impiedoso com lideranças emedebistas como
Adib Elias, de Catalão; Paulo
do vale, de Rio verde; e Fausto
Mariano, de Turvânia. Tratados desrespeitosamente como
crianças rebeldes, eles foram
simplesmente expulsos do
MDB. O pior foi guardado para
Renato de Castro, de Goianésia, outro que ficou ao lado
de Caiado: depois de receber
a sinalização de que poderia
permanecer no partido e disputar a reeleição, teve a candidatura “cassada” por uma
intervenção de última hora
no diretório local e perdeu a
credencial partidária para buscar mais um mandato.

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Dos quatro, dois foram para
o DEM (Paulo do vale e Fausto
Mariano), um para o Podemos
(Adib Elias) e um (Renato de
Castro) ainda não se definiu
entre o Podemos e o DEM. Em
comum, todos eles colheram
vitórias retumbantes na disputa municipal do ano passado, comprovando prestígio e
consistência tanto política
quanto eleitoral. Renato de
Castro, impedido de se candidatar, lançou o desconhecido Leonardo Menezes como poste
e conseguiu vencer a aparentemente forte coligação montada por Daniel vilela com o
PSDB de Goianésia.

Bem sucedidos, enfim. E
com liderança mais uma vez
atestada pelas urnas. Ao expulsar o grupo, o MDB comandado pelos vilelas acabou sangrando no interior, elegendo
somente prefeitos de cidades
sem peso especial – à exceção
de Aparecida, com Gustavo
Mendanha, e de Goiânia, onde
a patacoada armada para favorecer Maguito acabou se voltando contra os emedebistas,
expurgados do Paço Municipal
menos de 80 dias após a posse
do vice Rogério Cruz.

Mas a vida não para: o caminho seguido pelos prefeitos
expulsos por Daniel vilela, ao
abraçar a campanha de Ronaldo Caiado em 2018, começa a
se desenhar também como a
melhor alternativa para o filho
de Maguito em 2022. É um roteiro que está com as suas primeiras linhas escritas: Daniel,
com o padecimento e morte do pai, aproximou-se de Caiado,
que foi solidário e prestativo
com a família vilela com uma
dedicação exemplar. Abriu-se
um canal de diálogo, cujos passos iniciais estão evidentes nas
declarações que hoje Daniel repete com elogios a Caiado e
com a admissão de que uma
aliança será, sim, discutida, no
início do ano que vem.

Cabe a pergunta: como é
que o jovem presidente do
MDB vai justificar e encarar a
decisão de fazer a mesma opção que o levou a expulsar os
prefeitos de maior envergadura do partido? vai se desculpar? vai procurar a cada
um para reabrir as portas para
eles, reconhecendo o tamanho
do erro praticado e da injustiça
cometida? Dirá que amadureceu e prometerá alguma compensação, se é que há? 

O deputado federal José
Nelto é ligadíssimo a Adib
Elias, talvez o mais importante
dos punidos por apoiar Caiado.
Para ele, não há perdão possível para Daniel vilela. O processo de expulsão foi traumático e doloroso, interrompendo
uma história partidária de 30
anos de fidelidade absoluta.
De resto, Adib é também postulante à vaga de vice na chapa
do DEM, pelo Podemos. Se o
MDB se sentar com Caiado,
para um acordo, todos esses
condicionantes estarão na
mesa e vão pensar como um
fardo nas costas de Daniel.
(Especial para O Hoje) 

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