PC-GO prende dez pessoas acusadas de roubos e adulteração de agrotóxicos

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), a Polícia Penal e a Secretaria da Economia deflagraram nessa quarta-feira (21/07) a Operação

Postado em: 22-07-2021 às 09h17
Por: Nielton Soares
Imagem Ilustrando a Notícia: PC-GO prende dez pessoas acusadas de roubos e adulteração de agrotóxicos
Segundo a polícia, uma família liderava a organização, que chegou a ameaçar os investigadores e promotor de justiça de morte | Foto: PC-GO

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), a Polícia Penal e a Secretaria da Economia deflagraram nessa quarta-feira (21/07) a Operação Piratas do Campo – resposta final. Nessa fase, foram presas dez pessoas, por meio de mandados de prisão temporário e preventiva.

Entre os detidos estão donos de casas agropecuárias e supermercados em Goiânia e também investigados residentes nas cidades de Novo Progresso (Pará) e Luiz Eduardo Magalhães (Bahia).

Ao todo, os policiais civis cumpriram ainda 18 mandados de buscas e apreensões. Em produtos foram apreendidos mais de R$ 100 milhões em defensivos agrícolas e gêneros alimentícios. De acordo com os investigadores, todos produtos oriundos de roubos praticados em propriedades rurais e cargas embarcadas nas rodovias. Também foram apreendidos cinco veículos e dinheiro em espécie, além de produtos agropecuários.

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Segundo a força-tarefa, essa última etapa envolveu uma complexa investigação policial de um ano e meio, iniciada em janeiro do ano passado, após o crescimento de registros de crimes de roubo de cargas e defensivos agrícolas.

Esquema

As investigações indicaram a existência de uma grande e complexa organização criminosa com raio de ação em cinco unidades federativas: Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Pará e Tocantins.

A polícia relata que havia uma organização criminosa liderada por membros de uma mesma família (pai, mãe, filho e enteado), todos presos nesta etapa da operação. O esquema se resumiu na contração de pessoas para roubar defensivos agrícolas em grandes fazendas e em caminhões que transportavam o referido produto.

Os caminhões eram levados para galpões no Mato Grosso e em Goiás. Nestes imóveis, existiam sofisticadas aparelhagens de indústria química, usadas para adulteração dos defensivos que aumentam a quantidade da litragem em cem vezes mais do que o original (vinte litros se transformavam em 200 litros).

Adulteração  

Após a falsificação dos defensivos, os criminosos os reembalavam em galões idênticos aos de grandes indústrias, com etiquetas, selos e vasilhames que chamaram a atenção pela semelhança aos originais. Os produtos adulterados eram então colocados à venda em grandes empresas localizadas em várias capitais do país.

Segundo a polícia, grandes lavouras de milho e soja foram completamente destruídas pelo uso desses produtos, o que causou prejuízos de substancial monta aos produtores rurais e ao meio ambiente. Donos de gráficas e empresas de embalagens envolvidos no esquema também foram presos na operação. Somadas todas as etapas da Operação Piratas do Campo, mais de 20 pessoas já foram presas.

Policiais ameaçadas

Por causa de prisões anteriores dos familiares, sequestro e arresto de seus bens, agentes de segurança pública ligados à investigação foram ameaçados de morte. Segundo os investigadores, o líder da organização criminosa chegou a ameaçar de morte, inclusive, um promotor de Justiça de Minas Gerais.

Os bens móveis, imóveis e valores terão suas propriedades perdidas em razão de medidas judiciais a serem protocolizadas. Agora, os investigados responderão pelos seguintes crimes: roubos majorados com emprego de arma de fogo, concurso de pessoas e restrição da liberdade da vítima; receptação qualificada, crimes contra a ordem tributária, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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