Família cai em golpe de ‘agência de modelos’ e perde quase R$ 3 mil em SP; Relembre outros casos
Uma suposta agência de modelos, de Santos, no litoral de São Paulo, aplicou golpe em uma família que alega ter perdido R$ 2.500. Os pais registraram o caso no 1º Distrito Policial (DP) de São Vicente, cidade vizinha, como boletim de ocorrência (BO).
Por: Ana Bárbara Quêtto
Uma suposta agência de modelos, de Santos, no litoral de São Paulo, aplicou golpe em uma família que alega ter perdido R$ 2.500. Os pais registraram o caso no 1º Distrito Policial (DP) de São Vicente, cidade vizinha, como boletim de ocorrência (BO).
A empresa prometia aos pais cuidar da carreia das crianças, uma menina de 9 anos e um garoto de 5. Após assinar o contrato e efetuar o pagamento para o agenciamento dos modelos mirins, a mãe, Deborah de Oliveira, teria sido bloqueada nas redes sociais pelos supostos agentes, que desapareceram.
A mulher revelou ao G1 o desespero pelo prejuízo. Sem contar o desapontamento das crianças, que chegaram a ser fotografadas, mas, que agora pensam em desistir da carreira.
“Estamos extremamente abalados. Ainda não consegui estornar [o valor] no cartão. Minha filha está arrasada, disse que não quer mais saber de ser modelo depois de sermos enganados”, diz Deborah.
Segundo a mãe, uma mulher, que se apresentou como “Gabrielle”, entrou em contato com a família na última semana por meio das redes sociais. “Ela disse que estava fazendo captação [de candidatos] para uma seleção de uma agência de modelos em Santos”.
A proposta
As duas se encontraram na cobertura de um hotel no bairro Gonzaga, no último domingo (26/6). “Duas funcionárias falaram que meus filhos fariam um teste de fotos e, caso fossem aprovados, conversaríamos com o diretor. Eles foram, e fomos levados a um produtor, que se identificou como Caio”, relembra.
O possível profissional disse que cobraria R$ 7.800 para agenciar a carreira das crianças na “Paulo Tavares Produções e Model”. Ele ainda garantiu que já teria dois serviços certos, que, aliás, já estariam programados para o próximo sábado (2/6), e que renderiam à família R$ 20 mil.
“Não tínhamos esse valor no cartão de crédito, ele então liberou que assinássemos [o contrato] por R$ 2.500. O restante poderia ser pago depois que as crianças recebessem os cachês [de R$ 20 mil]. Enquanto ele conversava conosco, mandou áudios para pessoas que trabalham em agências de São Paulo e são conhecidas. Ele foi ‘trabalhando a nossa mente’ para nos convencer a pagar o agenciamento”, lembra.
Os pais conseguiram contato com “Caio” na quarta-feira (29/6), mas o homem teria dito que estava ocupado e que depois telefonaria. De acordo com Deborah, ele não ligou. “Estamos muito preocupados, pois era a única renda que a gente tinha. O único dinheiro disponível no cartão de crédito. Só o meu marido trabalha”, afirma.
“Eu fui bem clara quando disse para eles: ‘Isso é tudo que a gente tem. Esse trabalho realmente existe?’. Fui muito sincera, olhando olhos nos olhos dele. E ele respondeu: ‘Claro que existe, a gente jamais faria isso'”, desabafa.
Segundo o G1, o jornal entrou em contato com o número da empresa, de “Caio” e de outra funcionária da Paulo Tavares Produções e Model, mas não obteve um retorno.
Golpe de extorsão
Na semana passada a Polícia Civil de Goiás, em parceria com a do Rio Grande do Sul, deu início a Operação Sem Fronteiras, com o objetivo de prender suspeitos que efetuaram golpes em Goiás. Os policiais prenderam cinco pessoas (temporariamente), e ainda cumpriram 12 medidas cautelares de busca e apreensão.
Durante os meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, essa associação criminosa extorquiu um morador da cidade de Rio Verde, através das redes sociais. A vítima repassou aos criminosos, aproximadamente meio milhão de reais, em razão das extorsões sofridas.
No começo do ano, o homem de 30 anos entrou em contato com um perfil de uma mulher, no Instagram. Após alguns dias conversando com a suposta garota, ele recebeu mensagens do então “pai” da menina, alegando que ela era menor de idade e que aquelas conversas – de cunho sexual – a causaram severos constrangimentos.
As investigações seguem para identificar novos envolvidos no golpe, além de localizar a quantia que a vítima perdeu. Os investigados responderão pelos delitos de estelionato e extorsão. Saiba mais.
Golpes virtuais
Com novos meios tecnológicos de realizar transferências bancárias, o número de golpes virtuais cresceram cerca de 500% em 4 anos no Brasil. O levantamento do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nesta terça-feira (28/6), demonstra que passou de 7.591 para 60.590 entre 2018 e 2021.
De acordo com os pesquisadores, o sistema do Pix, ferramenta que facilita repasses dinheiro para outra pessoa, pode ser um dos principais vilões desse caso. A justificativa é que os crimes digitais fazem com que a pessoa realize em seu nome transferências, compras ou empréstimos financeiros, porém, sem a sua autorização. Com isso, o crime nessa área está se tornando cada vez mais relativo.
“Os dados reforçam um fenômeno que vem sendo discutido: estamos vivenciando mudanças significativas nas dinâmicas dos crimes contra o patrimônio, em direção a sua digitalização. A queda de roubos a transeuntes (-7,5%) e o crescimento de roubos e furtos de celulares (1,8%) estão, muito possivelmente, associados a esta dinâmica”, explica o estudo. Saiba mais.