Coração de D. Pedro I chegará ao Brasil em meio a polêmica; entenda

A viagem será feita pela Força Aérea Brasileira e terá como primeira parada o Palácio do Planalto

Postado em: 19-08-2022 às 18h35
Por: Ana Bárbara Quêtto
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A viagem será feita pela Força Aérea Brasileira e terá como primeira parada o Palácio do Planalto | Foto: Reprodução

O coração de D. Pedro I, que Portugal emprestou para a comemoração dos 200 anos da independência do Brasil, vai sair de Porto – noroeste de Portugal – na noite de domingo (21/8) e chegará em Brasília na segunda-feira (22/8).

A autorização do translado da relíquia desagradou muitos cientistas. A viagem será feita pela Força Aérea Brasileira e terá como primeira parada o Palácio do Planalto.

“O coração do nosso D. Pedro será recebido com honras de chefe de Estado, com salvas de canhão e escoltado pelos Dragões da Independência, ficará fora cerca de 20 dias, mas vai regressar com mais reconhecimento e admiração por parte do povo brasileiro”, disse o presidente da prefeitura de Porto, Rui Moreira.

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Após o Planalto, o órgão vai para o Palácio do Itamaraty e, lá, fica em exibição até as comemorações do bicentenário. No dia posterior ao da comemoração, em 8 de setembro, o coração retorna a cidade.

Leia também: Portugal aceita emprestar coração de D. Pedro I ao Brasil para comemoração dos 200 anos da Independência

Oposição

Diversos intelectuais se manifestaram sobre a situação desde que o empréstimo foi revelado. A arqueóloga e historiadora brasileira, Valdirene Ambiel, explicou à RFI que a viagem é um desrespeito à memória de D. Pedro I e pode ser usada como propaganda política.

“Em 1972 foi quando o corpo de D. Pedro foi trasladado para o Brasil, lamentavelmente foi usado de maneira política, durante o regime militar”, afirma a historiadora.

“O bicentenário é um evento muito importante, mas, acima de tudo, nós brasileiros temos que nos preocupar com a reflexão sobre a nossa independência. Não que a figura de D. Pedro tenha que ser esquecida, jamais, nem a importância dele para esse país”, ressaltou.

“O que eu observei 40 anos depois, em 2012, é que não houve respeito pelo ser humano, pelo estado em que encontrei o corpo de D. Pedro”, complementou.

A arqueóloga desenvolve um estudo baseado em análises dos restos mortais do imperador e imperatrizes Leopoldina e Amélia, que também estão presentes no mausoléu.

“A condição dessa edificação é péssima. A última vez em que estive no espaço foi pouco antes da pandemia e a umidade no local era deplorável”, conclui.

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