Filhos de pais superprotetores tendem a viver menos, sugere estudo

Segundo pesquisa, homens que possuem pais super protetores podem viver 12% menos, em comparação aos que não tiveram

Postado em: 03-02-2023 às 09h00
Por: Mariana Fernandes
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Segundo pesquisa, homens que possuem pais super protetores podem viver 12% a menos em comparação aos que não tiveram | Foto: Divulgação/ Freepik

Homens que tiveram uma relação de superproteção com o pai, com perda de autonomia durante a infância e a adolescência, apresentaram um risco de 12% maior de morrer antes dos 80 anos do que aqueles que não tiveram um pai controlador. Entre as mulheres o risco é ainda maior: àquelas que relataram ter um pai autoritário, apresentaram risco de 22% de morrer antes dos 80 anos. É o que aponta dados divulgados pela revista Scientific Report através de um trabalho conjunto com a University College London, do Reino Unido. 

Segundo a pesquisa, as mulheres que durante a infância e adolescência  também receberam um alto nível de cuidado de uma mãe presente apresentaram risco 14% menor de morrer prematuramente do que as que foram negligenciadas. Por outro lado, homens que passaram a infância ou a adolescência morando somente com um dos pais tiveram um risco 179% maior de morrer antes dos 80 anos quando comparados àqueles que viveram com ambos os genitores.

O estudo foi realizado com mil idosos britânicos no âmbito do Estudo Longitudinal de Saúde da Inglaterra (Elsa, na sigla em inglês). “Os resultados são um retrato de indivíduos que hoje teriam uma idade mais avançada. Portanto, não significa que teríamos resultados iguais com a geração de hoje”, afirma o professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e coordenador da pesquisa, Tiago Silva Alexandre.

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Acompanhamento

Antes de morrer, os voluntários haviam respondido a um questionário com informações sobre estrutura familiar, condições de moradia, ocupação do chefe da família, presença de doenças infecciosas e relacionamento com os pais (cuidado e proteção) na infância e adolescência. Ao realizarem uma pesquisa de comparação em relação às informações obtidas nos questionários com os dados de óbito, os pesquisadores brasileiros conseguiram quantificar o impacto da relação parental na longevidade.

“O mais interessante do nosso trabalho é que conseguimos mostrar em números o que já vem sendo discutido há alguns anos sobre parentalidade. As relações de cuidado e afeto com o pai e a mãe durante a infância e a adolescência têm repercussão na vida inteira, inclusive, como mostramos, impactam na longevidade. Com os resultados do nosso estudo comprovamos que as condições na infância precisam ser muito bem cuidadas e apoiadas por políticas públicas para que a velhice seja boa”, defendeu Alexandre.

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