Mulher negra é expulsa de voo e empresa aérea é acusada de racismo

Vídeo do momento viraliza e Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos se pronunciam sobre o caso

Postado em: 01-05-2023 às 11h15
Por: Mariana Fernandes
Imagem Ilustrando a Notícia: Mulher negra é expulsa de voo e empresa aérea é acusada de racismo
Após repercussão, Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos se pronunciam sobre o caso | Foto: Reprodução/ Vídeo

Uma mulher negra acabou sendo expulsa de um voo da Gol Companhia Aérea que saia de Salvador com destino a São Paulo na madrugada do deste sábado (29). Segundo testemunhas que desebarcavam com a mulher, ela teria sido vítima de racismo, já que não apresentou motivos para ser retirada do avião.

Segundo demostra em vídeo, publicado pela jornalista Elaine Hazin, a professora de inglês Samantha Barbosa encontrou dificuldades para encontrar um espaço no bagageiro e guardar a mochila. A tripulação, então, pediu para que a mulher despachasse a mala. Porém, como carregava um notbook, a professora se recusou, por medo do objeto ser danificado dentro do bagageiro.

Após a recusa, três agentes da Polícia Federal tentaram retirar Samantha à força da aeronave, mas não conseguiram. “Faz mais de uma hora que eu coloquei a mochila, mas o voo não decolou. Agora vieram três homens para me tirar do voo, sem me falar o motivo”, relata a professora indignada.

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“Samantha era uma ameaça por ser uma mulher, ser preta, ter voz. Ela foi levada pela polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram. A mãe de Samantha chorava desesperada ao telefone por não saber o destino de sua filha. Eu chorava também. Outras mulheres e homens se desesperavam. O que eles não sabiam é que Samanta não estava só – e que enquanto pudermos, enquanto tivermos forças vamos lutar todos juntos contra o racismo!”, diz trecho da publicacação da jornalista, em defesa de Samantha.

Sobre o caso, a companhia se posiconou e disse que a mulher foi expulsa do voo porque se recusou a colocar a bagagem nos locais corretos. “Havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo”, informou a empresa em nota enviada à imprensa. A GOL ainda disse lamentar o ocorrido e afirmou que as regras devem ser por todos os tripulantes, sem execessões.

Ministérios se pronunciam

Em nota conjunta, o Ministério da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos informaram que estão em contato com a companhia aerea e acionaram a Procuradoria Geral da República na Bahia e a Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado para que apurem “crimes, infrações e ou violações”.

Além disso, as pastas afirmaram que notificaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) “para adoção de todas as medidas cabíveis no sentido de prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos de fiscalização”.

Na ocasião também foi proposta uma reunião entre os ministérios para discutirem medidas de prevenção à episódios de racismo nas companhias.

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