Na música ‘Olho Mágico’, cantor Caio apresenta viagem psicodélica, misticismo, fé e descrença

O roxo, cor associada à espiritualidade, permanece presente em toda construção do trabalho

Postado em: 29-08-2023 às 08h24
Por: Lanna Oliveira
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O roxo, cor associada à espiritualidade, permanece presente em toda construção do trabalho | Foto: Tinho Sousa

Essa eterna busca por respostas que nos acompanha ao longo da vida foi o que inspirou o cantor e compositor Caio a incluir a música ‘Olho Mágico’ em seu álbum ‘Passageiro’. Seu segundo single da nova era chegou às plataformas digitais e apresenta uma viagem psicodélica por questões como misticismo, fé e descrença. Durante este processo de descoberta de como a sua arte pode transparecer seus anseios, o cantor busca reforçar sua ancestralidade e raízes brasileiras com suas canções, videoclipes e apresentações. 

Cantor e compositor de origem afroindígena, Caio é natural de Belo Horizonte. Iniciou a carreira em 2013 com o grupo de samba Baú Novo, em Goiânia, onde também estudou publicidade e propaganda. Em 2017 se mudou para São Paulo e focou em seu trabalho solo voltado para brasilidades. Em 2019 lançou ‘Sente o Tambor’, que reforça seu discurso ancestral e já soma quase 1 milhão de views. Entre suas principais referências musicais, destaca o silêncio como o início de tudo. “Quando estou comigo, nesse espaço vazio, surgem muitos insights”.

E é na música brasileira que ele mergulha para suas criações: a força e a teatralidade de Bethânia, o texto crítico e provocativo de Raul Seixas, a doçura e swing de Gilberto Gil, a poesia sincera de Cartola. No âmbito internacional, se inspira nas irmãs Knowles (Solange e Beyoncé) com o R&B pop e a excelência visual, e a dualidade visceral de Michael Jackson, com a intensidade sobre a produção da vida no planeta e uma história de amor, que o instiga a pensar arte fora da caixa.

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Assim, toda sua intensidade é vista através da música ‘Olho Mágico’. Sua versão original cruzou o caminho do artista em 2012, imediatamente, Caio sentiu vontade de tê-la no repertório de um futuro trabalho. Enquanto nascia o projeto ‘Passageiro’, o cantor entendeu que esse momento havia chegado e que a dualidade inerente à existência versada na canção dialoga perfeitamente com suas experiências pessoais. Já que viveu na pele essa jornada por diversas manifestações de fé em busca de aceitar a própria sexualidade e de compreender o divino.

De acordo com ele, o single vai de encontro com seu novo álbum quando aborda os aprendizados que acumulamos ao longo do caminho. “Em cada detalhe há um propósito de se viver, por mais amedrontadora que a situação pareça. Então, se você abrir seu ‘Olho Mágico’, você pode sair de uma posição interna de vítima e compreender que a vida flui como deve. As coisas são muito maiores do que nossa existência. A beleza está em tudo. Basta pararmos e de fato enxergarmos”, reflete Caio.

Ele ainda afirma que, assim como na canção, experimentou a oscilação entre estar entregue a uma crença e refutar tudo em que se acredita, e que esse é um dos caminhos naturais que percorremos no anseio de dar um sentido à vida. Em ‘Olho Mágico’, encontrou uma forma de expressar todas essas dúvidas e reflexões através da arte. O cantor trabalhou em parceria com Nave na produção do single e mergulhou na ideia de dar vida a um ‘Samba Mântrico’, inspirado pela aura psicodélica dos anos 70 como em ‘Vou danado pra Catende’ de Alceu Valença. 

Também teve a ajuda de Helder Araújo, multi instrumentista de música indiana que deu um toque especial gravando a cítara que abre a melodia, além de flautas e diversos instrumentos percussivos. A mistura com um beat de samba cria o clima de brasilidade idealizado por Caio. Gita, de Raul Seixas, foi uma grande inspiração na hora de criar a linguagem do clipe. “O Olho de Hórus, que simboliza essa onisciência do universo, também é usado como elemento. O chapéu de palha de mago, fazendo alusão a um alquimista de si mesmo, é um signo que fez muito sentido explorarmos na narrativa também. E o roxo, cor associada à espiritualidade, permanece presente em toda construção dessa era”, finaliza o artista.

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