O documentário que desnuda a escravidão contemporânea na Amazônia

Narrado por Negra Li, o documentário expõe as condições desumanas enfrentadas por trabalhadores na Amazônia, destacando a urgência de ação contra a exploração laboral

Postado em: 02-01-2024 às 15h25
Por: Luana Avelar
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Renato Barbieri desvela as histórias reais de abolicionistas modernos e trabalhadores rurais, revelando a face obscura da escravidão contemporânea. | Foto: Cine Belas Artes

Em uma reveladora jornada cinematográfica, o documentário “Servidão”, dirigido por Renato Barbieri, lança luz sobre a persistência da escravidão contemporânea no Brasil. Com estreia marcada para o dia 25 de janeiro nos cinemas, o filme mergulha nas histórias reais de abolicionistas modernos e trabalhadores rurais, especialmente na região amazônica, onde condições sub-humanas de trabalho persistem.

Negra Li empresta sua voz para narrar as experiências de pessoas que enfrentam serviços sem remuneração e condições de trabalho degradantes. O diretor, conhecido por seu trabalho em “Pureza”, selecionou personagens reais, como Marinaldo Soares Santos, maranhense de Pindaré-Mirim, que foi escravizado 13 vezes e liberado em três ocasiões distintas pelo Grupo Móvel.

Barbieri destaca a urgência de encarar o combate e a erradicação do trabalho escravo contemporâneo como um dever da atual geração. Em meio aos depoimentos, o documentário tece paralelos entre as condições atuais e a escravidão nos séculos XVI, XVII e XVIII, utilizando o conhecimento de historiadores e especialistas no assunto para fundamentar essa conexão histórica.

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O filme não apenas expõe a brutalidade das condições de trabalho, mas também destaca a situação alarmante de crianças que, aos 10 anos, são forçadas a sustentar suas famílias. Renato Barbieri enfatiza que a sociedade como um todo deve abraçar o projeto abolicionista para erradicar essa realidade.

“Servidão” não é apenas um documentário; é um apelo para ação. A jornada de Marinaldo Soares Santos e de tantos outros trabalhadores rurais destaca a necessidade premente de enfrentar e eliminar a escravidão contemporânea. Em suas palavras, o diretor conclama: “Não podemos mais adiar. Cabe a nossa geração tomar esse projeto para si e efetivar a erradicação do trabalho escravo contemporâneo”. O filme, além de retratar uma dura realidade, lança um desafio à sociedade brasileira: confrontar o passado e moldar um futuro onde a servidão não encontre espaço.

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