População cobra abertura de hospital

Há um ano população aguarda pela abertura do Hospital Municipal de Aparecida. Prefeitura garante que abertura necessita de parceria com Governo Federal, mas ainda não definiu datas

Postado em: 24-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Há um ano população aguarda pela abertura do Hospital Municipal de Aparecida. Prefeitura garante que abertura necessita de parceria com Governo Federal, mas ainda não definiu datas

Wilton Morais* 

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A obra física do Hospital Municipal de Aparecida já foi concluída, porém o prédio está vazio, e apenas seguranças fazem a guarda do local. Ainda no mês de outubro deste ano, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, solicitou o repasse federal do Governo para custeio, o valor é orçado em R$ 9 milhões por mês, quando em funcionamento pleno. Apesar disso, a população continua indignada com a demora no funcionamento do hospital. 

A doméstica Mariana Santana, moradora da região do hospital, relata que há um ano o hospital fica praticamente abandonado. “Há muito tempo eu vi um pessoal limpando. Mas nem isso vemos mais. É o único hospital da região. Para termos atendimento, vamos ao Cais Nova Era ou na UAPA de Aparecida”, contou.

Ao falar da obra, Mariana relatou que sua mãe já idosa, com 74 anos, precisa do hospital. “Se necessitar de atendimento tem que correr para o Cais. Já tem um ano que trabalho na mesma casa, passando por aqui. Mas todos os dias isso esta fechado. Tem muito tempo. Isso é uma grande safadeza. Estamos precisando e as portas estão fechadas. Não é fácil”, relatou indignada. “Tinham que dar um jeito logo. Minha mãe é hipertensa, diabética e já até fez cirurgia de catarata, por esses dias. Precisamos do hospital”, complementou.

Já Alexandre Barbosa, comerciante também indignado com a demora em abrir o hospital conta que já perdeu as esperanças em usar o lote que possui como estacionamento para pacientes e familiares do hospital. “Eu até acredito que fazem alguma coisa no hospital durante a noite. Pelo menos guardas estão realizando a segurança. Mas estou esperando para montar um estacionamento, em meu lote e atender a população do hospital. Quando inauguraram tinham muito ônibus, muitas pessoas. Mas foi apenas ato político”, disse. 

Prefeitura não apresenta data da abertura para atendimento 

A Prefeitura de Aparecida, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informou que o Hospital Municipal será inaugurado por etapas. “A primeira prevê 60 leitos clínicos e 20 leitos de UTI. No final de junho deste ano, o Ministro da Saúde Ricardo Barros anunciou a liberação dos R$ 18 milhões para a compra dos equipamentos referentes à primeira etapa do Hospital Municipal, que seriam pagos em duas parcelas”, disse a nota. Mas apesar dos fatos já de conhecimento público ser reafirmados nenhuma data foi declarada pela Prefeitura a cerca da abertura do hospital.

Sobre os repasses do Ministério da Saúde, o primeiro foi no valor de R$ 9,8 milhões, pago em julho deste ano. Em setembro, o ministro Ricardo Barros reafirmou o compromisso com Aparecida na liberação da segunda parte do recurso. “Assim que for creditada, a Secretaria Municipal de Saúde inicia imediatamente o processo licitatório para a compra dos equipamentos”, afirmou a pasta.

Parceria

A SMS de Aparecida também destacou que falta estabelecer parcerias, que ainda estão em andamento. “Em uma obra desse porte, e que beneficia todo o Estado de Goiás, o município arca com uma parte do custeio e precisa das contrapartidas dos governos federal e estadual. Ainda para o funcionamento do hospital é necessário processo para parceria de gestão da unidade, que está em andamento”.

Ao todo, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia possui 21 mil metros quadrados, sendo seis blocos, que incluem pediatria, geriatria, dois para clínica médica e dois para pós-cirurgia. O prédio abriga ainda 220 leitos, sendo 90 leitos clínicos, 60 leitos cirúrgicos, 20 leitos pediátricos, 30 leitos de UTIs, 10 leitos de recuperação anestésica e 10 leitos de reanimação e observação. A unidade fica na Avenida V-5, áreas 01 a 04, no setor Cidade Vera Cruz. A obra foi orçada em cerca de R$ 64 milhões. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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