Casos de sequestros teve aumento de 80%

Gabriel Araújo*

Segundo dados do Registro Integrado e Atendimentos (RAI), disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciaria (SSPAP) do Estado de Goiás, a Capital registrou em todo o ano passado, 67 sequestros, o que representa um aumento de cerca de 80% nos casos em relação a 2016, quando foram registrados 37 sequestros.

Para o Delegado do Grupo Antissequestro (GAS), Kleiton Manoel Dias, os sequestros podem estar partindo de dentro dos presídios. “Não está claro que seja o mesmo bando em todos os crimes, vamos apurar e não podemos descartar nenhuma das hipóteses”, completou o delegado.

O aumento, nos últimos três anos, do número de sequestros na Capital se choca com a queda de muitos índices de criminalidade, segundo o Governo Estadual, de junho de 2016 a novembro de 2017 os números de homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio, roubo de veículo, roubo em comércio, roubo em residência, furto de veículo e furto em comércio estiveram em queda contínua.

De acordo com o vice-governador, Zé Eliton, Goiás registra uma redução em diversos indicadores de violência devido aos trabalhos de inteligência. “Temos hoje um dos sistemas de inteligência mais avançados do país, reconhecido pela comunidade de segurança”, explica.

Somente no início do mês, a Delegacia Estadual de investigações Criminais (Deic) registrou dois casos de falsos sequestros. Na última sexta-feira (12) uma comerciante foi levada a crer que a filha havia sido sequestrada e, a pedido dos autores do crime, se isolou em um hotel. 

O mesmo ocorreu no sábado (13), quando um casal de idosos de Anápolis, a 55 Km de Goiânia, convencidos por criminosos que o filho haviam sido sequestrado e, a pedido dos autores do golpe, foram para Goiânia, transferiram R$ 40 mil para contas indicadas. Eles foram encontrados ontem (15) após três dias isolados em um hotel da Capital.

O principal caso de sequestro que ocorreu no Estado foi em setembro de 1988. O Boeing 737-300 da Vasp estava com o voo 375 de Porto Velho ao Rio de Janeiro foi sequestrado quando fazia escala em Belo Horizonte pelo maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, na época com 38 anos, que culpava o governo de José Sarney pela perda do emprego. O piloto foi obrigado a retornar quando chegava ao Rio de Janeiro, mas convenceu o sequestrador a abastecer a aeronave em Goiânia, onde agentes da Polícia Federal cercaram a aeronave.

Caso Wellington Camargo

Em 1998 o cantor Wellington Camargo, irmão dos sertanejos Zezé e Luciano foi sequestrado em Goiânia, ele passou 94 dias em cativeiro. Os sequestradores pediram um resgate de US$ 300 mil e para pressionar a família um pedaço da orelha do sequestrado foi enviado a uma emissora de TV local. Após o pagamento, Wellington foi deixado dentro de um buraco, a 150 metros de uma estrada vicinal, entre Goiânia e o município de Guapó, na Região Metropolitana.

No início da década de 1990, o empresário Odilon Walter Santos, dono da empresa Viação Araguaína, foi sequestrado na Capital. Ele foi liberado depois de nove dias em cativeiro, depois de a família para o resgate de um milhão de dólares. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)