Quinta-feira, 28 de março de 2024

Goiânia é a cidade mais arborizada do Brasil

Reconhecida como Capital Verde, cidade tem mais de 900 mil árvores espalhadas pelas ruas e bosques

Postado em: 16-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Reconhecida como Capital Verde, cidade tem mais de 900 mil árvores espalhadas pelas ruas e bosques

Higor Santana*

Com uma diversidade enorme de árvores, Goiânia tem sido considerada uma das cidades mais arborizadas do mundo. Em um cenário nacional, a cidade está em primeiro lugar neste requisito, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE). São mais de 900 mil árvores, de 382 espécies diferentes. A Capital é a primeira entre as cidades acima de um milhão de habitantes no Brasil com mais árvores, sendo a segunda mais arborizada do mundo. Perdendo apenas para Edmonton, no Canadá, que chegou à marca de concentração de 100 metros quadrados de árvores por habitante.

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Além dos coloridos ipês (roxo, rosa, amarelo e branco), não é difícil encontrar os frondosos flamboyants, as grandes palmeiras imperiais e as sombreiras das sete-copas. Mesmo assim, o tipo mais comum é a monguba, nativa da América Central e típica do Cerrado. Na sequência estão as árvores de sibipiruna e guariroba.

Para a ex-analista ambiental da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Adjane Damasceno, as árvores proporcionam benefícios ecológicos, estéticos e sociais. “A interferência no microclima, proteção do solo e sobrevivência da fauna são as principais contribuições para o meio ambiente, porque a cobertura vegetal aumenta a permeabilização do solo e alimenta o lençol freático. Por isso, a presença de áreas verdes está diretamente relacionada à qualidade de vida da população”, explica

No início de 2005, a cidade possuía seis parques e, cinco anos depois, quadruplicou esse número. E de acordo com o censo demográfico, Goiânia possuí 89,5% de arborização. 

Por esse motivo, Goiânia recebeu o título de Capital Verde do Brasil, e chegou a ser considerada recentemente como a melhor cidade em qualidade de vida. Dentro do ranking de arborização do IBGE, Goiânia se encontra em primeiro lugar, seguido de Campinas e Belo Horizonte. Os dados são o resultado da avaliação do número de árvores nas calçadas e canteiros da cidade.

De acordo com historiadores, a arborização de Goiânia só começou na década de 50. Como o Cerrado era desvalorizado no início, os moradores traziam espécies exóticas para a Capital, como os flamboyants. Ao longo dos anos, mais espécies importadas foram plantadas. Na década de 1980, uma associação dos amigos plantou 7 mil mudas de árvores como mogno, pau-ferro e pau-brasil no Bosque dos Buritis, hoje considerado um dos pontos turísticos da cidade.

Exóticas

Goiânia foi planejada e construída para ser o centro político e administrativo da região sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas para incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Pelo menos duas árvores resistiram à construção da Capital. Uma se trata de um ipê amarelo, que fica no pátio da sede do Corpo de Bombeiros de Goiânia. Já a outra é um jatobazeiro que fica na Avenida Anhanguera, no Setor Oeste.

Outra espécie considerada uma das mais raras da Capital é a Sapucaia. Só há duas unidades na cidade, sendo que uma fica no Parque de Exposições Agropecuárias, no Setor Nova Vila. A árvore característica da floresta amazônica e na Mata Atlântica, pode atingir até 30 metros de altura e um metro de diâmetro, ainda que a maioria ronde os 5 a 15 metros de altura e 30 centímetros de diâmetro.

Suas folhas caracteristicamente róseas quando jovens, verdes posteriormente formam um maciço de coloração lilás arroxeada. Quando chega a época da floração, de setembro a outubro, a sapucaia se transforma. Todo o verde da árvore fica encoberto por uma capa cor-de-rosa, e um belo espetáculo se forma pela conjunção das flores arroxeadas e cheias de aroma perfumado, que tomam a copa da árvore com as folhas novas, que também nascem coloridas de rosa ou lilás. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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