Leste-Oeste vai depender de leilão

O repasse de recursos por parte do Estado para início das obras depende de venda de terreno

Postado em: 27-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Leste-Oeste vai depender de leilão
O repasse de recursos por parte do Estado para início das obras depende de venda de terreno

Daniel Alves

Especial para O Hoje

O início das obras da segunda etapa da Avenida Leste-Oeste tem um novo percalço. O repasse por parte do governo do Estado, R$ 35 milhões, vai depender agora da venda de uma área comercial, próxima à rodoviária. O Estado pretende leiloar o terreno, avaliado em R$ 70 milhões, no próximo dia 30 de julho. No local antes funcionava o Centro de Referência de Diagnóstico Terapêutico (CRDT), que atendia cerca de 60 pessoas por dia, mas foi fechado no ano passado.

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O repasse do Estado seria feito por meio do programa Goiás na Frente, do governo anterior, encerrado pela nova gestão. Com o fim do programa, o governo apelou para o leilão dessa área, na Região da 44.

A Secretaria de Estado de Administração (Sead) esclarece que o governo tem como obrigação fazer o repasse por conta do convênio firmado com a Prefeitura de Goiânia.  “A Secretaria está confiante na arrematação do bem na data do leilão, previsto para o dia 30 de julho”, afirma o órgão.

O leiloeiro oficial designado, Bráulio Ferreira Neto, afirma que já existem duas pessoas interessadas na compra da área. De acordo com ele, o Estado fez uma avaliação judicial para chegar ao valor de R$ 70 milhões. O terreno tem 15. 854, 87 m².

Região movimentada

O leiloeiro e Estado confiam na comercialização imediata do local, pois o terreno está localizado na região onde o comércio é o segundo maior do país no segmento de confecções. Existem mais de 15 mil lojas formais que empregam cerca de 170 mil pessoas. O local reúne aproximadamente mais de 40 mil visitantes, de diversas regiões do país, todos os finais de semana. Alguns dos atrativos são as variedades e ofertas oferecidas aos visitantes. Somente no período natalino do ano passado foram mais de 5 milhões de clientes, de acordo com a Associação Empresarial da Região da 44.

O leilão deve acontecer no Castro’s Park Hotel, no Setor Oeste.

Estado pediu desocupação do local em novembro 

A CRDT funcionava há mais de 20 anos e era referência no diagnóstico e tratamento de doenças como HIV/AIDS, Tuberculose e Hanseníase. A área era cedida pelo Estado, que pediu a devolução para firmar convênio do Goiás na Frente com a Prefeitura de Goiânia.

A unidade foi fundada em 1998 e realiza atendimentos em diversas áreas especializadas, como tubérculos, hanseníase além de HIV. Conforme dados da própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de 200 funcionários trabalham no local.

O Centro atendia cerca de 60 pessoas por dia e fechou, no ano passado, sem aviso prévio. Na época, usuários e servidores protestaram contra a fechada da unidade, mas não adiantou.  Os pacientes foram remanejados provisoriamente para outras unidades da rede de saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Na época do fechamento, em novembro no ano passado, o Conselho Local de Saúde enviou um ofício à atual secretária de Saúde, Fátima Mrué, para que a decisão do fechamento fosse repensada devido à importância da unidade no tratamento de pacientes de todo o estado.

Longa espera

A imprensa goiana já acompanha a situação do local há alguns meses. Conforme reportagem publicada pelo jornal O Hoje, no ano passado, o atendimento do CRDT já estava falho, com pacientes tendo de esperar mais de 60 dias para realizar o agendamento de um atendimento. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou por meio de nota que o prazo médio de espera por uma consulta com infectologista na rede municipal era de aproximadamente 45 dias.

Segundo o órgão, o paciente diagnosticado com o vírus HIV era encaminhado para a consulta e o médico, de acordo com critérios clínicos, preenchia o formulário de dispensa que era apresentado na farmácia do CRDT para retirada dos medicamentos e início do tratamento.

 

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