Sinalização de novas vias está atrasada em 15 bairros de Goiânia

Falta de sinalização em ruas que foram recapeadas confundem motoristas na Capital e causam transtornos também para pedestres | Foto: reprodução

Postado em: 01-12-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Falta de sinalização em ruas que foram recapeadas confundem motoristas na Capital e causam transtornos também para pedestres | Foto: reprodução

Igor Caldas

Um atraso entre a conclusão da pavimentação e recapeamento de vias e a pintura de nova sinalização prejudica pedestres e motoristas de bairros da Capital que estão recebendo nova pavimentação. Algumas vias nos setores Marista, Nova Suíça e Jardim América estão sem rotatórias e sinalização horizontal. A falta de ‘Pares’, indicação de sentido de fluxo, faixas de pedestres e até rotatórias foram flagradas pela reportagem. Trinta e três vias de 15 setores estão com serviços parcialmente concluídos, aguardando o microrrevestimento em alguns trechos e a sinalização horizontal, executada após a cura da massa asfáltica.

O atraso no cronograma da sinalização ocorre porque o recapeamento é feito por empresas por meio de licitações, enquanto a execução da sinalização também ocorre por meio licitatório, mas é feita pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT).  Os trâmites da licitação do recapeamento asfáltico das empresas foram mais ágeis do que os meandros burocráticos da licitação para sinalização feita pelo órgão da Prefeitura de Goiânia.

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O cruzamento entre as Ruas C-139 e C-182, na divisa entre os bairros Jardim América e Nova Suíça está confuso devido a falta de uma rotatória que controlava o fluxo da encruzilhada. A Avenida C-182 foi recapeada, mas apenas parte dela está sinalizada. Ao lado do poste com a placa de identificação das vias na esquina estão os restos do que um dia compunha a rotatória do cruzamento.

Carolina Modesto do Amaral circula pela Avenida C-182 quando tem que levar seu filho pequeno ao pediatra. Ela afirma que a Prefeitura de Goiânia demorou a começar a sinalizar as vias depois da nova pavimentação. “Alguns lugares estão confusos para dirigir, em outros não há faixa de pedestres”, declara. Comerciantes da região relatam que a pavimentação da via foi feita há cerca de um mês.

Apesar de uma placa indicativa de travessia de pedestres, não há sinalização horizontal de faixas no chão. As pessoas têm que esperar a boa vontade de algum motorista parar o carro ou se arriscar, atravessando a rua correndo. Renato Paiva e Cristina Almeida já moraram em uma via vicinal à Avenida C-182, no Jardim América. Ela afirma que a rua sempre foi difícil para atravessar, mesmo quando havia faixa de pedestres. “Agora está impossível de atravessar, fica muito perigoso”, afirma Cristina. 

Seu companheiro, Renato Paiva trabalha em um laboratório em um dos lados da via. Do outro lado, há uma unidade de atendimento de plano de saúde. “Eu sempre tenho que atravessar a avenida para levar documentos de exames para o plano de saúde e voltar ao laboratório, mas sem essa faixa de pedestre, está muito perigoso”, relata Renato.

Após o recapeamento da Rua C-183, também no Jardim América, uma rotatória localizada na esquina com a Rua C-180 desapareceu. A sinalização horizontal da pista, com sinais de ‘Pare e sentido do tráfego também não foram pintadas. Morador do bairro, Rafael Cristiano gosta de se exercitar correndo nas ruas adjacentes. “Está complicado aqui porque sem a sinalização, o trânsito acaba ficando muito confuso”, afirma.

A reportagem também averiguou que falta sinalização horizontal em toda extensão da Avenida C-107, no Setor Jardim América e no cruzamento da Avenida T-8 com a Avenida Portugal, no Setor Marista.

A equipe do jornal O Hoje questionou a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) sobre o atraso na execução da sinalização. O órgão respondeu por meio de nota que o cronograma de sinalização realmente está atrasado, mas será cumprido. A justificativa do atraso é que o processo de licitação das empresas que fazem as obras de reconstrução asfáltica seguiu os trâmites de forma mais ágil que o processo de licitação da sinalização. 

Pavimentação de mais de 400 km ficam para 2021 

Iniciado no final de abril e prevista para ser concluída até o fim deste ano, o programa de reconstrução asfáltica da Prefeitura de Goiânia reconstruiu apenas 225 quilômetros dos 630 previstos. A área total de recapeamento abrange 2.026.331,72 de metros quadrados. Trinta e três vias de 15 setores estão com serviços parcialmente concluídos, aguardando o microrrevestimento em alguns trechos e a sinalização horizontal, que é executada após a cura da massa asfáltica. Em outras oito, os trabalhos estão em processo de execução.

Seis meses foram necessários para que os serviços fossem totalmente concluídos, incluindo a sinalização de trânsito, em 132 vias dos setores Bueno, Oeste, Sul, Jardim América, Parque Amazônia, Setor Pedro Ludovico e Jardim Goiás, na Região Sul; setores Santa Genoveva, Jaó, Jardim Guanabara, Jardim Novo Mundo, Parque Atheneu, Setor Bela Vista e Conjunto Riviera, nas regiões Norte e Leste; Conjunto Vera Cruz, Parque Industrial João Bráz e Loteamento Araguaia Park, na Região Oeste; e Loteamento Nova Vila, Setor Central, Crimeia Oeste e Campinas, na Região Central.

A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos da Prefeitura de Goiânia (Seinfra) informa que as vias que estão sendo e que serão reconstruídas foram selecionadas considerando a intensidade do tráfego e a densidade demográfica da via e os serviços são executados com base em critérios originários de ensaios de pavimento e de análise visual de trincamento, conforme norma do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Os resultados desses ensaios determinam qual solução de recuperação deve ser aplicada ao pavimento.

Três situações básicas são apontadas pelos ensaios. A primeira delas é quando o concreto asfáltico está comprometido apenas superficialmente. Dessa forma, é executado o microrrevestimento com espessura de um centímetro ou em duas camadas de um centímetro cada.

A segunda situação acontece quando o revestimento asfáltico está comprometido na grande totalidade e é necessário fazer a recomposição da capa asfáltica, aplicada a massa, com espessura de três centímetros. Na terceira situação, a base da pavimentação fica comprometida e é feita sua reconstrução com aplicação de o material ligante e em seguida o CBUQ, com espessura de três centímetros. Em alguns bairros, como Campinas e Jardim América, os ensaios indicam reciclagem.  Outros deve ocorrer a reconstrução. (Especial para O Hoje) 

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