Vendas nos supermercados têm alta de 5,18% em fevereiro

Setor estima um crescimento de 4,5% este ano | Foto: Reprodução

Postado em: 17-04-2021 às 09h00
Por: Augusto Sobrinho
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Setor estima um crescimento de 4,5% este ano | Foto: Reprodução

As vendas em supermercados registraram alta de 5,18% em fevereiro em comparação com o mesmo mês de 2020, segundo o balanço divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em janeiro, o crescimento havia sido de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o vice-presidente Administrativo da Abras, Marcio Milan, o resultado menos favorável em fevereiro do que no primeiro mês do ano foi influenciado por fatores como as próprias características do mês, que tem menos dias, e também a renda das famílias na pandemia da covid-19. “Esse mês de fevereiro foi mais difícil para todos em função do fim do auxílio emergencial”, disse. O cancelamento do Carnaval foi outro elemento que, de acordo com ele, ajudou a desacelerar o setor.

No entanto, Milan disse que essa variação é esperada no planejamento dos varejistas. Para este ano, a Abras estima um crescimento de 4,5% em comparação com as vendas de 2020.

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Auxílio emergencial

O retorno do auxílio emergencial na semana passada, será um elemento importante para o desempenho do setor, na avaliação de Milan. “Os próximos meses de março e abril vão dar a gente uma condição melhor para olharmos esse momento e termos a tendência”, disse.

Ele destacou que, em 2020, cerca de 60% do valor do benefício foi destinado a despesas com alimentação. A proposta de emenda à Constituição que determinou a nova rodada do auxílio prevê R$ 44 bilhões para o pagamento de quatro parcelas para famílias com pouca renda ou em situação vulnerável, com valores entre R$ 150 e R$ 375.

“Nós estamos falando de um valor considerável que o consumidor vai dedicar aos supermercados”, ressaltou o vice-presidente da Abras, ao comentar a injeção de recursos que o benefício deve trazer ao mercado.

Indicador

O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (IACE), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e The Conference Board (TCB), caiu 2,2% em março, atingindo 119,9 pontos. A variação acumulada nos últimos seis meses também ficou negativa em 2%.

O IACE agrega oito componentes que medem a atividade econômica no Brasil. Das oito séries componentes, quatro contribuíram de forma negativa para o resultado agregado. A maior contribuição negativa foi do Indicador de Expectativa dos Consumidores.

ICCE

Da mesma forma, o Indicador Coincidente Composto da Economia Brasileira (ICCE), que mensura as condições econômicas atuais, recuou 0,1% para 96,7 pontos, no mesmo período. A variação acumulada nos últimos seis meses é também negativa, em 2,2%.

Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Paulo Picchetti, o resultado do ICCE no mês de março mostra o efeito do recrudescimento da crise sanitária e da desaceleração no consumo das famílias. “A falta de perspectiva de melhora nesses fatores nos próximos meses tem efeito significativo sobre as expectativas em geral, resultando na contração do IACE”, completou.

Segundo a FGV e The Conference Board, a junção dos indicadores individuais em um índice composto funciona como filtro para os chamados “ruídos”, contribuindo para revelar a tendência econômica efetiva.

 O IACE permite que seja feita uma comparação direta dos ciclos econômicos do Brasil com os de outros 11 países e regiões avaliados pelo The Conference Board. São eles: China, Estados Unidos, Zona do Euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coréia, Espanha e Reino Unido. (ABr)

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