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Viagem a México é “desafiadora”

Pontífice iniciou viagem ao México ontem e disse que apesar de desafios é uma visita muito querida

Postado em 13 de fevereiro de 2016 por Redação
Viagem a México é “desafiadora”
Pontífice iniciou viagem ao México ontem e disse que apesar de desafios é uma visita muito querida

O papa Francisco iniciou ontem viagem ao México, que vai até quinta-feira, antecedida de uma escala em Havana para um encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Kiril. No avião rumo a Cuba e que depois seguiu para o México, ele disse que se trata de uma “viagem desafiadora, muito apertada, mas muito querida”. “Muito querida por meu irmão Cirilo I [líder da Igreja Ortodoxa Russa], por mim e também pelos mexicanos”, acrescentou.

O pontífice se encontrará com o patriarca de Moscou, após mil anos de cisma entre as igrejas, em reunião histórica nesta tarde em Havana.

Sobre a etapa mexicana do roteiro, ele disse que seu “desejo mais íntimo” é contemplar “Nossa Senhora de Guadalupe, aquele mistério que se estuda, se estuda, se estuda e não há explicações humanas. Mesmo o estudo mais científico diz: ‘Isso é coisa de Deus'”.

Durante a viagem aérea, Francisco aproveitou para enviar mensagens aos líderes da França, Espanha e de Portugal.

“Lembro de todos vocês em minhas orações e invoco a cada um a bênção de Deus para a paz e alegria”, dizem as mensagens enviadas ao presidente francês, François Hollande, ao rei de Espanha, Felipe VI, e ao presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva.

A programação da viagem, como tem sido habitual, prevê encontros com famílias, jovens, religiosos e autoridades. Ele também se vai dirigir aos marginalizados de Ecatepec, uma área metropolitana da Cidade do México densamente povoada, ao povo indígena de Chiapas e aos imigrantes de Ciudad Juárez, na fronteira com os estados norte-americanos do Novo México e do Texas, onde deve visitar uma prisão.

Antes, o papa fez uma escala na capital de Cuba, em um novo gesto de distensão dos conflitos seculares entre católicos e ortodoxos, para um encontro ecumênico com o patriarca Kiril, líder espiritual da influente igreja ortodoxa russa, na companhia do presidente cubano Raúl Castro.

O primeiro papa latino-americano que visita o México durante quase seis dias irá a quatro estados (estado do México, Chiapas, Michoacán e Chihuahua) e seis cidades, fará cinco homilias, um angelus e sete discursos.

Fortes medidas de segurança foram tomadas para esta visita, com mobilização de 13 mil policiais federais e de meios operacionais que incluem mais de mil veículos e 13 aviões. Em diversas ocasiões, Francisco vai se deslocar em papamóvel.

Após a escala em Havana, o avião da Alitalia chegou na tarde de ontem à Cidade do México, onde foi recebido pelo presidente Enrique Peña Nieto, sem cerimônias nem discursos.

A recepção oficial está prevista para este sábado, em um encontro entre o papa e o chefe de Estado no Palácio Nacional. Francisco fará a primeira mensagem à nação, na presença de representantes políticos, da sociedade civil e do corpo diplomático.

Um dos pontos altos da visita será deslocamento à Ecatepec, nos arredores da capital federal, onde o pontífice deverá abordar o tema das “periferias humanas” em um dos maiores municípios do país, com 4 milhões de pessoas e elevado grau de marginalização. Está prevista uma missa para mais de 500 mil pessoas.

As minorias indígenas e a importância de sua identidade cultural e do meio ambiente em que habitam serão os temas da visita ao estado de Chiapas, que ocorre a partir de segunda-feira (15), antes dos deslocamentos ao estado de Michoacán, à Ciudad Juárez e a outras localidades do estado de Chihuahua, onde encerra a viagem.

Na cidade fronteiriça de Juárez, o papa visitará o Centro Penitenciário Cereso 3, que já foi considerado um dos mais perigosos do mundo e onde se encontram 3 mil presos, dos quais 700 poderão assistir ao discurso do papa.

A véspera do início da visita foi marcada por graves incidentes na prisão de Topo Chico em Monterrey, estado de Nuevo Léon (Norte do México), que deixaram dezenas de mortos entre detidos e guardas prisionais. (Agência Brasil)  

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