José Eliton quer tolerância zero contra criminalidade
Vice-governador anunciou ontem medidas para conter violência. Para ele, bandido tem que ter medo da polícia
Venceslau Pimentel
Ao tomar posse ontem como titular da Secretaria de Segurança Pública, o vice-governador José Eliton (PSDB) fez um duro discurso na defesa da sociedade e anunciou ação das forças de segurança no enfrentamento ao crime em Goiás. Ele informou que a partir de hoje as forças especiais da policiai estarão nas ruas. “Implantaremos uma política de tolerância zero em todas as ações da secretaria”, assegurou.
O recado de José Eliton, com aval do governador Marconi Perillo (PSDB), é uma resposta à sociedade, diante da comoção em torno da morte da estudante Nathália Araújo Zucatelli, 18 anos, vítima de latrocínio, na noite de segunda-feira. “Não teremos tolerância com a criminalidade e daremos uma resposta à sociedade”, assegurou.
É dessa forma, segundo ele, que a polícia vai às ruas, em defesa do cidadão. “Bandido tem que ter medo de polícial. Estejam certos, as forças especiais da polícia vão para as ruas a partir de amanhã (hoje)”. A Grande Goiânia, assim como a região do entorno de Brasília, contará com a presença ostensiva das forças policiais, com a devida estrutura de suporte técnico. O monitoramento eletrônico também será ampliado.
Por conta do enfrentamento à criminalidade, ele reforçou a necessidade de se proteger os policiais, que também têm sido vítimas de bandidos. Foi o que aconteceu recentemente com o policial militar Sérgio Rodrigues Sousa Vaz, que morreu ao reagir a um assalto, em Anápolis.
Tornar o Estado mais tranquilo, de acordo com José Eliton, é o principal desafio. “Sabemos que o combate à violência não termina amanhã. É uma ação continuada. Nós temos neste momento que dar uma resposta à sociedade a tudo que ocorreu, não apenas em relação aos últimos episódios de visibilidade, mas aos episódios do dia a dia”.
Para tanto, ele disse que é preciso dar o suporte necessário aos policiais, no que tange a armamento. “Uma das nossas prioridades é investir na garantia da integridade dos policiais”, pontuou, sendo aplaudido pela plateia que lotou o auditório Mauro Borges no Palácio Pedro Ludovico Teixeira.
Como forma de implementar ações efetivas de combate ao crime, José Eliton se comprometeu a aumentar o efetivo policial, por meio de concurso público, dentro da capacidade financeira do Estado. “Vamos aumentar o contingente policial, mas de forma que o Tesouro tenha condições de arcar, porque as conquistas dos segmentos policiais têm que ser preservadas”, disse.
Em outra frente, disse que haverá cerco ao desmanche de veículos, a partir da aprovação de um projeto de lei que o governo encaminhará a Assembleia Legislativa. Citou ainda a decisão do Tribunal de Justiça de selar convênio com o Estado para a liberação de R$ 34 milhões para a conclusão de obras em presídios no Estado.
Marconi justifica mudanças em sua equipe
Em seu discurso, o governador Marconi Perillo justificou os motivos da mudança em sua equipe e tratou de destacar o trabalho de José Eliton à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de Thiago Peixoto na pasta de Gestão e Planejamento, e Joaquim Mesquita na Segurança Pública. Peixoto foi empossado na secretaria antes ocupada pelo vice-governador, e Mesquita assumiu o comando da Segplan.
“José Eliton tem capacidade técnica, é um conhecedor das leis e tem meu apoio”, disse ele, salientando que problemas inerentes à Segurança Pública serão resolvidos com equilíbrio, de forma a reduzir os índices de criminalidade no estado.
Para o governador, José Eliton, ao aceitar o seu convite, demonstrou ser um homem de coragem, em face da árdua missão. Para Marconi, o vice já vinha desempenhando excelente papel à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED), e aceitar o novo desafio e sair da zona de conforto para comandar a Segurança só fez “aumentar o respeito” que tem por ele.
Em breve balanço, Marconi afirmou que Goiás já reduziu a curva dos homicídios e melhorou os índices de segurança, mas que ainda é preciso avançar mais. Daí a necessidade de aumento do efetivo e uma política de combate às drogas. “A polícia vai pras ruas”, sustentou.