Bichano saudável, bonito e com aparência repaginada
Aumenta procura por cirurgias plásticas em animais e profissionais se especializam para atender demanda
Deivid Souza
Imagine ver desfigurado o animal de estimação que tanto ama. Pois é, esse é o drama de muitos proprietários de bichos que são vítimas de atropelamentos, queimaduras, quedas e tratamentos invasivos. Para não deixar o pet com aparência indesejada, tem crescido nos últimos anos o número de pessoas que procuram cirurgias reconstrutivas para animais.
Só a clínica do médico veterinário, Luciano Schneider, em Goiânia, realiza uma média de dez cirurgias por mês. Os procedimentos são realizados desde o rosto do animal até a parte interna. São empregadas técnicas que permitem melhorar o aspecto funcional e visual. A grande maioria dos casos é de bichos que passaram por tratamentos contra câncer, algo relativamente comum hoje em dia.
O Spike, animal de estimação da assistente operacional, Simone Keules, 32, já passou por duas reconstituições. Ele é um o Spike, um Pitbull Staffordshire. O cachorro que tem seis anos de vida já fez várias cirurgias para retiradas de tumor e se recupera do último trauma. Foram duas cirurgias reconstrutivas. Desta vez, o focinho foi operado. Ela afirma que o médico veterinário “fez uma coisa que nunca tinha visto na minha vida”.
A primeira reconstrução teve o objetivo de ajudar reparar os danos causados por uma cirurgia que retirou um tumor do corpo de Spike. Nela, até o pênis do cão foi reconstituído, o que significa que os procedimentos também se destinam a garantir a qualidade de vida dos animais.
Indicação
“A cirurgia é indicada nos casos em que você tem destruição de tecidos: pele, músculo, osso, e isso podem envolver tanto a parte externa como face, membro, como pode envolver a parte interna. Geralmente quando acometida por tumores, de forma que é uma cirurgia plástica”, explica Schneider.
Para esses procedimentos, são empregadas técnicas de reconstrução e preenchimento com o objetivo de proporcionar um aspecto “mais natural” ao pet. “Nos últimos cinco anos houve uma aproximação muito grande da medicina veterinária à medicina tradicional e isso ajudou bastante”, acrescenta Schneider.
A administradora de fazenda, Ana Clara Galbieri Dewes, 24, está feliz com o resultado da cirurgia de sua shitzu, chamada Nani. A cachorrinha de mais de 11 anos de idade veio de Rio Verde para Goiânia, município da Região Sudoeste do Estado, para fazer tratamento contra um câncer raro. “Agora nós vamos esperar o resultado da biópsia que deve ficar pronto entre 15 e 20 dias”, conta.
Estética
Alguns procedimentos são realizados em casos estéticos para reduzir o acúmulo de pele na região das mamas ou no pescoço, ou até nas pálpebras também. Há ainda os casos que retiram a pele dos lábios para evitar que o pet comece a morder o próprio lábio, entre outros. Apesar de relativamente frequentes, estes não são os casos mais comuns.
O crescimento da busca por esses procedimentos demanda a formação de profissionais. Por este motivo, a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais realiza, em Goiânia, o 2ª Simpósio Goiano de Cirurgia Reconstrutiva em Pequenos Animais nos dias 12 e 13 de março. (Foto: Marcelo Horn/ GERJ )