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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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ESTILO

Muito mais que um calçado

Ano de 2016 marca os 60 anos da chegada das sapatilhas no Brasil

Postado em 13 de março de 2016 por Sheyla Sousa
Muito mais que um calçado
Ano de 2016 marca os 60 anos da chegada das sapatilhas no Brasil

O ano de 2016 marca os 60 anos da chegada das sapatilhas no Brasil como acessório de moda – antes, elas eram utilizadas apenas nos teatros, em espetáculos de dança e em hospitais. Afinal, foi em 1956 que a atriz Brigitte Bardot encomendou da madame Rose Repetto uma sapatilha para usar no filme E Deus Criou a Mulher, de Roger Vadim. O modelo foi batizado de Cendrillon (em português: Cinderela) e virou um clássico da grife conhecido mundialmente. Um ano depois, Audrey Hepburn as usou no filme Cinderela em Paris eternizando o par de sapatos.

Em comemoração à data, a tradicional marca francesa Maison Repetto se uniu ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, instituição de ensino, referência em economia criativa, e armou uma exposição em comemoração aos 60 anos da icônica sapatilha.

O resultado foi a Repetto Loves Art – 60ème Anniversaire de Cendrillon, que reúne, por meio de uma mostra inédita, 22 obras assinadas por personalidades das artes, da moda, do cinema e da música, convidadas a reinventar os sapatos da marca. 

As sapatilhas brancas serviram de ‘“telas’’ e foram transformadas em verdadeiras obras de arte por nomes de peso como Rodrigo Ohtake, Chiara Gadaletta, Bruno Bogosian, Cecilia Prado, Isabela Frugiuele da Triya, Francesca Alzatti, Juliana Ferreira e Maya Pope da Isolda, Stephanie Garcia da Olympiah, Marcelo Braga, Patricia Viera, professora honoris causa do Centro Universitário Belas Artes, além de Vic Meirelles, Mariana Galasso e Cako Martin, formados pela instituição. 

Entre os artistas internacionais que também homenagearam a marca estão Brigitte Bardot, Proenza Schouler, Jean Paul Gaultier, Vanessa Paradis, Carla Bruni, Carolyn Carson, Catherine Denueve, Ai Tominaga e Thierry Malandain.

Com curadoria da professora mestra Dhora Cos­ta, docente do Centro Universitário Belas Artes, a mostra apresenta a linha cronológica da Repetto, destacando os principais marcos de sua história e seu know how através de vídeos, protótipos, imagens de acervo desde o primeiro modelo desenvolvido por Rose Repetto até a coleção atual, que será apresenta­da juntamente no evento.

Ao final dessa manifestação artística, as obras serão leiloadas e toda a renda será revertida em prol dos bolsistas do Estúdio de Ballet Cisne Negro.

A Maison já lançou modelos em parceria com grandes estilistas, como Issey Miyake e Karl Lagerfeld. Criada em 1947 por Rose Repetto como uma loja que vendia sapatilhas de balé, estrategicamente localizada próxima ao Opéra de Paris. Hoje, a Repetto vende também modelos para o dia a dia, reconhecidos mundialmente pelo seu luxo e sofisticação.

A chave do sucesso para as sapatilhas da Repetto são o seu savoir faire único de fabricação que utiliza a técnica de cousu-retourné. Este método consiste em costurar as sapatilhas de fora para dentro garantindo que nenhuma costura entre em contato com os pés. O acabamento é 100% manual e um par de sapatos passa pelas mãos de oito a dez artesãos, requerendo em média de 45 minutos a uma hora e meia de trabalho para ser produzido.

A L’école de Formation Repetto (Escola de Formação de Artesãos da Repetto), localizada em Saint Médard d’Éxcideuil, capacita em torno de 35 aprendizes por ano. Estes passam seis meses em treinamento e workshops para então tornarem-se capazes de integrar a equipe de artesãos da marca. A Repetto produz cerca de 450 mil pares de calçados e 100 mil pares de sapatilhas de ponta anualmente.

 

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