Governo lança protocolo para reduzir cesáreas
A partir, os critérios para dar à luz por parto cesárea estão um pouco mais rígidos
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Ministério da Saúde (MS) publicou ontem (5) o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Cesariana. A partir de agora, as secretarias de saúde estaduais e municipais deverão seguir novos parâmetros para realização dos partos cesária.
De acordo com o MS, o objetivo é auxiliar e orientar os profissionais da saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias, que trariam riscos de doenças e morte para o recém-nascidos. Para o Secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, o baixo índice de partos normais realizados no País é preocupante.
“Temos investido fortemente em diversas ações para incentivar o parto normal, porque atualmente o Brasil vive uma epidemia de cesáreas, que se tornaram, ao longo dos últimos anos, a principal via de nascimento do país, chegando a 55% dos partos realizados no Brasil e em alarmantes 84,6% nos serviços privados de saúde. No sistema público, a taxa é de 40%, consideravelmente menor, mas ainda elevada, o que nos preocupa”, afirma o Secretário de Atenção à Saúde, afirma.
Mudanças
Com o novo protocolo se torna obrigatória a cientificação da gestante, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos e eventos adversos relacionados ao procedimento cirúrgico ou uso de medicamentos para a operação cesariana.
Além disso, o documento também recomenda quando a cesariana é ou não indicada. A cirurgia não é mais recomendada quando como procedimento rotineiro para mulheres obesas ou para previnir a transmissão vertical em gestantes com infecção por vírus da hepatite B e C, por exemplo.
Por outro lado, a recomendação da cesariana para prevenir a transmissão vertical do HIV continua, assim como para gestantes que tiveram infecção primária do vírus por herpes simples durante o terceiro trimestre de gravidez.
De acordo com a Coordenadora-Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Maria Esther Vilela, a expectativa é de que a nova exigência diminua a quantidade de cesarianas desnecessárias. “É importante reforçar que a cesariana é uma conquista científica que, quando indicada corretamente, pode salvar vidas, mas ela não deve ser feita indiscriminadamente”, declarou.
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