A votação da representação contra o prefeito Paulo Garcia (PT), por eventual prática de crime de responsabilidade, prevista para acontecer ontem, no plenário da Câmara de Goiânia, foi adiada em virtude do pedido de vista do processo.

O pedido teve 27 votos favoráveis, duas abstenções e apenas dois votos contrários, que foram dados por Djalma Araújo (Rede) e Pedro Azulão (PSB).

Na representação, promotor de Justiça Fernando Krebs vê desobediência do prefeito em não cumprir Termo de Ajuste de Conduta (TAC) nos serviços de manutenção e troca de luminárias na iluminação pública da cidade. Com o pedido de vista feito pelo líder do prefeito, Carlos Soares (PT), o Paço ganha tempo para tentar atender ao TAC, já que teve o apoio, inclusive da oposição.

Nos bastidores da Câmara, comenta-se que teria sido feito um acordo entre base aliada e a oposição para que a matéria não fosse discutida e votada ontem. Soares disse a bancada do prefeito  tinha a maioria de votos para arquivar o processo, mas que preferiu pedir vistas para aprofundar o debate acerca do assunto. Segundo ele, outra motivação ao pedido foi uma reunião marcada com o promotor, para discutir o assunto.

“Pedimos vista para dar um sinal ao Ministério Público de que queremos a discussão e solução desse problema, e não simplesmente ganhar aqui, porque a base do prefeito tem votos para arquivar esse pedido, mas em demonstração da intenção da prefeitura de achar uma solução esse problema, decidimos esperar”, pontuou o petista.

Thiago Albernaz (PSDB) disse que alguns vereadores tentavam inibir o debate do crime de responsabilidade, mas frisou que os parlamentares têm autonomia para discutir a representação. Apesar de ser favorável ao processo que pode afastar o prefeito do cargo, o tucano votou favorável ao pedido de vista. “Essa é uma ferramenta que o parlamentar tem para permitir o dialogo. O que a gente espera é isso, para que possamos ganhar tempo e legitimidade para debater essas ações aqui na Câmara Municipal, e que elas não sejam encerradas à toque de caixa como víamos previamente na semana passada”, declarou.

Porém, outra tucana, Cristina Lopes, não acha que o impeachment do prefeito no último ano de mandato seja o melhor caminho. “Nós estamos caminhando para o fim do mandato. Temos um vice-prefeito que irá assumir numa situação política complexa às vésperas de eleição. Não sei se isso traria um resultado positivo pra cidade. Não vejo como vantagem”.

Reunião no MP

De acordo com Krebs, a reunião como vereadores, realizada ontem à tarde, secretários municipais se comprometeram a entregar, amanhã, um cronograma para substituição de todos os 18 mil pontos de luzes queimadas nos próximos 60 dias. (Sara Queiroz)