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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Cidades

Crise atinge cerimônias e festas de casamento

Comércio e serviços envolvidos já começam a sentir peso das decisões dos casais

Postado em 12 de maio de 2016 por Sheyla Sousa
Crise atinge cerimônias e festas de casamento
Comércio e serviços envolvidos já começam a sentir peso das decisões dos casais

Karla Araujo

O seguimento voltado para produtos e organização de casamentos conseguiu segurar por um tempo, mas não escapou dos efeitos da crise econômica. Em Goiânia, lojas que alugavam cerca de 20 vestidos de noiva por semana em 2014, têm duas ou três clientes no mesmo período nesse ano. É o caso do estabelecimento Job Gomes da Silva, 50, localizado na Rua José Hermano, Setor Campinas, Goiânia. Ele trabalha no ramo há 11 anos e diz que nunca passou por uma crise tão séria como a atual. 

Em sua loja, Job aluga trajes para noivas, noivos, madrinhas e padrinhos. As roupas ficam com o cliente por quatro dias por preços que variam de R$ 150 a R$ 1.500. Há dois anos, de acordo com o empresário, os alugueis caíram 40%. “Muitas mulheres estão comprando vestidos de noiva pela internet por cerca de R$ 600”, conta. 

Para economizar, a jornalista Jéssica Adriani, 22, está cortando todos os gastos possíveis, mas deseja manter o conforto dos convidados e a beleza da cerimônia. Ela e o noivo, Paulo Henrique de Oliveira Silva, 22, decidiram se casar em dezembro do ano passado, mas só definiram a data– agosto deste ano– há um mês e meio. 

Mudanças

Jéssica conta que inicialmente a recepção aconteceria em um restaurante com um café da manhã para cem convidados. “Como tenho muitos parentes em São Paulo e eles virão para o casamento, achamos que seria muito simples para o esforço que eles estavam fazendo”, diz a noiva. Antes com orçamento de sete mil reais dos noivos, cerimônia e festa ganharam a ajuda financeira da mãe da noiva. 

Com a mudança, uma chácara, onde acontecerá o casamento para 200 pessoas, foi alugada. A decoração será produzida por Jéssica e sua família, e a comida será feita pelo tio da noiva, que já está acostumado a cozinhar para muitas pessoas. Já o vestido, a noiva afirma que será feito por uma costureira conhecida e custará R$ 180. 

Adaptações

A empresária Thais Barbosa trabalha com assessoria e organização de casamento há sete anos. Ela afirma que, com a crise, as pessoas não pararam de casar, mas estão mais prudentes quanto ao valor investido. “Existem escolhas que podem fazer toda a diferença, como trocar o bufê de R$ 90 reais por pessoa por um de R$ 70, que é muito bom, mas tem menos opções”, explica Thais. 

Os casais também não deixaram o registro da cerimônia de lado, mas também procuram os preços mais baixos. Cristiano Borges trabalha no ramo há 22 anos e diz que o setor está se adaptando a nova realidade econômica. “Em 2013, meu escritório fez 50 casamentos. No ano passado foram 20, e neste ano temos 16”, conta Cristiano. Para chamar atenção dos clientes, Cristiano oferece opções, como as fotos digitais logo após o casamento e o álbum apenas quando o casal puder adquirir. O serviço varia de R$ 1.500 a R$ 2.500.  

Orçamento

O economista mestre em Finanças pela Universidade Federal de Goiás (UFG) Marcus Antônio Teodoro avalia que a mudança no setor de casamentos acompanha o cenário econômico atual. “O reflexo do desemprego e perda do poder de compra demorou mais a chegar para o setor porque envolve sonhos e ilusões que as pessoas não querem abrir mão”, afirma. Para economizar, a dica de Teodoro é saber exatamente quanto o casal pode gastar e, a partir desse valor, organizar o orçamento. 

 

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