MARDEM COSTA JR.

Após um longo e tenebroso inverno, a tradicional Praça do Sol, um dos espaços mais importantes de Goiânia, sofrerá uma grande intervenção. No entanto, ainda não há uma data para o início das obras, que dependem de acertos finais do projeto de reconstrução entre a Prefeitura de Goiânia, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e os moradores do espaço, que existe desde os anos 1960. 

A reforma será feita através de uma parceria público-privada (PPP) com a construtora Sousa Andrade, que vai implantar um prédio residencial na área da antiga Pizza Hut. A incorporadora comprará os materiais necessários, enquanto a Comurg será responsável pela execução. A expectativa da companhia é que, assim que forem iniciadas, as obras sejam concluídas em até 90 dias, ao custo inicial de R$ 2 milhões.

A praça, atualmente, é um ponto degradado em meio a prédios e comércios de alto padrão. O piso está totalmente desgastado e o mobiliário urbano, como lixeiras e bancos, estão em péssimo estado de conservação. Por causa da feira, há uma estrutura de energia elétrica instalada ao dispor dos feirantes, mas sem a devida vedação.

Falta de diálogo

A assistente jurídica Iara Ribeiro, síndica de um dos prédios da região, conta que a prefeitura quis impor um projeto sem dialogar com os moradores. “Além disso, quiseram retirar árvores sem justificativa alguma. Essa foi a gota d’água. Agimos com firmeza, impedindo a retirada delas, e somente após essa atitude a prefeitura começou a nos ouvir”, afirma.

Iara torce para que o projeto seja executado de acordo com o que foi acertado com eles, que vetaram a construção de um estacionamento de veículos e, ainda, solicitaram a manutenção das árvores em bom estado fitossanitário. “Nossa esperança é que a praça volte a ser um centro de convivência”, finaliza.

Novo conceito

Edilberto Dias, presidente da Comurg, destaca que a praça receberá um novo conceito arquitetônico. “O local hoje está esgotado. Nós vamos construir um novo espaço. Ele será moderno, diferenciado e contará com elementos ainda inéditos na cidade. Vai ser uma praça linda, prática, enfim, um novo ponto turístico”, pontua. 

Dias esclarece que a Feira do Sol, criada em 1990, será mantida. O evento, que acontece aos domingos, atrai centenas de pessoas e abriga barracas de roupas, artesanato e alimentação. “A reconstrução será feita por etapas, para diminuir os transtornos aos moradores, comerciantes e frequentadores”, garante

Além de nova arquitetura e paisagismo, a Praça do Sol receberá um pet place (espaço que prevê a permanência dos animais sem o uso de coleiras), academia ao ar livre, parque infantil com brinquedos acessíveis para crianças com deficiência e espaço cultural.  As lanchonetes e a banca de revista terão nova roupagem. 

Reforma veio em boa hora, diz morador 

Para o funcionário público Ronan Gouveia, morador do local há seis anos, a obra veio em boa hora. “Desde que adquiri meu apartamento, havia uma informação de que a praça seria revitalizada. Considero bem-vinda toda revitalização, se possível com ampliação da área verde”, diz.

A demora da reforma deixa o taxista Agnaldo Medeiros indignado. “Ela já deveria ter sido feita. Estou na praça há 22 anos. A Praça do Sol já foi bonita, mas há um bom tempo sofre da falta de zelo da prefeitura. É bacana a intenção de reformá-la, mas não adianta colocar a ideia em prática sem os devidos cuidados”, pontua.