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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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VERSATILIDADE

Especialista fala sobre uso das rendas

As rendas estão em todos os lugares e nunca saem de moda

Postado em 28 de janeiro de 2017 por Sheyla Sousa
Especialista fala sobre uso das rendas
As rendas estão em todos os lugares e nunca saem de moda

ELISAMA XIMENES

A renda é desses materiais de roupa que se adequam a qualquer ocasião. Seja para um vestidinho de piquenique, seja para aquele supervestido glamouroso de formatura. As rendas estão em todos os lugares e nunca saem de moda. Um dos fatores que proporcionam essa versatilidade do tecido é o fato de ele não ser único e se apresentar em diversos tipos. Entre eles está a renda guipure, a laise, a renda de algodão e a bilro. A consultora de comportamento profissional e etiqueta social Maria Inês Borges explica, portanto, como utilizá-las e qual delas é mais adequada para cada ocasião.

A fineza e a delicadeza da renda são os fatores que fazem ela conquistar a todos. Com isso, elas conseguem compor um “visual chique e charmoso”, conforme explica a consultora. Quanto mais finas, mais apropriadas para ocasiões mais elegantes elas são. Já as “rústicas ou em fios de algodão, como a laise, formam um traje casual e informal sem deixar de ser chique”, afirma. Para os eventos mais formais, que exigem trajes a rigor ou passeio completo, ela recomenda as rendas francesas, de seda ou guipure. Para essas, ela recomenda que se utilizem sapatos forrados de tecido no tom da renda ou calçados dourados, prateados com brilho e strass. No caso de eventos mais informais, a melhor combinação, segundo Maria Inês, é com calçados mais esportivos.

Já quanto às cores, não há regras. As rendas podem vir em qualquer cor. A consultora, no entanto, reforça que as rendas matizes são as mais lindas. “A pessoa deve observar a cor que lhe agrada e que harmonize melhor com o tom da sua pele ou dos seus cabelos”, explica. Em caso de dúvidas, o melhor é optar pelo nude ou tons pastel. Além disso, a cor preta é uma das mais recomendadas por ser clássica e chique. A única questão é tomar cuidado para que o look não fique mórbido demais para a ocasião. “Modelos clássicos em renda são seguros”, lembra.

Quando a renda não está em toda a composição da vestimenta, ela deve sempre estar em harmonia com os tons do restante da roupa. Ela pode compor tanto tecidos lisos como estampados, e vai do bom senso saber adequá-los ao evento. Quanto aos acessórios, a consultora recomenda atenção à ocasião  –  acessórios esportivos para informalidades e mais nobres para formalidades. 

História

O fato é que, independente das combinações, a renda é histórica e ultrapassa gerações. Há quem diga que sua origem é, inclusive, desconhecida. Mas já arriscaram versões para suas primeiras utilizações. Segundo uma das versões, a renda de bilros é proveniente da Bélgica  –  da região de Flanders. Os principais produtores seriam Chantilly e Valencienses nos séculos 18 e 19 –  ambas cidades da França. Já a renda de algodão tem origem em Veneza, na Itália, e de Alençon e Argentan, na França.

Sua utilização era restrita ao clero e à corte. Eram feitas em fios de prata, ouro e seda. Nos séculos 17 e 18, elas foram apropriadas para acessórios de aventais, enfeites de cabelo, babados, dentre outros. Já no início do século 19, ela estava presente em vestidos, casacos, luvas, enfeites de guarda-sóis, lenços, xales, mimos, mantilhas lançadas sobre os ombros. Antes desse século, ela era produzida em fios de linho, mas o algodão tornou-se mais comum. A renda feita à máquina surgiu no fim do século 18, embora não fosse patenteada até meados do século 19. Nos dias atuais, além de acessório, a renda pode ser utilizada para compor todo o look.

No Brasil, a renda chegou com a vinda da família real portuguesa ao País. As freiras, então, ocupavam-se com sua fabricação para alfaias para os altares das igrejas. As primeiras rendeiras brasileiras surgiram no Nordeste. Daí, talvez, aquela famosa cantiga “olé, mulher rendeira, olé, mulher rendá”. Elas faziam tramas confeccionadas com linho e, com o passar do tempo e de gerações, passaram a utilizar o algodão, a seda, a viscose, a náilon e o elastano. Com isso, a renda ficou mais barata e acessível, deixando de ser elitista. 

Há quem diga que Catarina Médici foi quem introduziu a renda na corte francesa. O material se popularizou na nobreza da época, e o consumo foi tão exacerbado, que houve uma quebra nos cofres franceses devido aos altos custos de importação. O problema foi tão grande que o rei da França proibiu, por um tempo, o uso da renda na corte. Assim, passou-se a produzir a renda, no lugar de importar. Então, no século 17, o ministro francês Colbert fundou uma fábrica,  em Alençon, em que trabalhavam 30 rendeiras e de Veneza e 200 de Flandres. 

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