Eduardo Cunha presta depoimento hoje à tarde em Curitiba
O deputado cassado está preso preventivamente desde o dia 19 de outubro do ano passado
O deputado cassado Eduardo Cunha será interrogado nesta
terça-feira (7), pela primeira vez, pelo juiz federal Sérgio Moro, no processo
em que é réu na Operação Lava Jato. Cunha é acusado de receber propina no valor
de R$ 5 milhões em contrato para a compra de um campo de petróleo pela
Petrobras em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
O depoimento está marcado para as 15h.
De acordo com o advogado de Cunha, Marlus Arns de Oliveira,
apesar de ter o direito de ficar calado, o deputado cassado falará. “É um
interrogatório em que ele não deve permanecer em silêncio. Ele vai responder às
questões que serão formuladas. Temos trabalhado cotidianamente o preparo das
resposta às acusações que lhe foram imputadas.”
O defensor afirma também que não há, por enquanto, previsão
de delação premiada. “Não há nenhuma sinalização relativa à colaboração
premiada. Não se tratou dessa questão entre cliente e advogados, tampouco se
tratou dessa questão com o Ministério Público. Então, não há tratativa
referente à colaboração premiada de Eduardo Cunha.”
O deputado cassado está preso preventivamente desde o dia 19
de outubro. De acordo com o Ministério Público Federal, a prisão preventiva se
justifica porque há evidências de que Cunha tem contas no exterior que ainda
não foram identificadas, o que poderia colocar em risco as investigações. Os
procuradores também alegam que ele tem dupla nacionalidade – brasileira e italiana
– e poderia fugir do país.
Cunha ficou na carceragem da Polícia Federal em Curitiba,
mas em dezembro foi transferido para o Complexo Médico Penal, na região
metropolitana da capital paranaense.
O processo contra ele foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal,
mas após a cassação do mandato, ele perdeu o foro privilegiado e a ação foi
encaminhada a Sérgio Moro.
Após a prisão, a defesa de Cunha negou que ele tenha
praticado qualquer conduta ilegal.
Foto: (Marcelo Camargo/Agência Brasil)