A segunda testemunha das empresas investigadas durante a
campanha da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014, Isaac
Gomes da Silva, da VTPB Serviços Gráficos, declarou ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) que a empresa prestou os serviços conforme o contratado.

O advogado de Isaac, Salvador Mário de Bernardo, disse
que seu cliente foi questionado sobre a prestação do serviço e afirmou que a
nota e os serviços estão corretos. “O serviço foi prestado e está tudo conforme
o trato, os serviços gráficos para a campanha.”

De acordo com o advogado, Isaac disse que o valor do
contrato é sigiloso, mas está na ação de investigação. O advogado afirmou ainda
que Isaac Silva não é sócio da firma, é advogado e administrador da gráfica.
“Quanto ao meu cliente, o doutor Isaac, está tudo bem”, disse Salvador
Bernardo.

O depoimento de Isaac durou cerca de uma hora. Ele e mais
quatro testemunhas foram convocados pelo ministro Herman Benjamin, do TSE. Os
depoimentos estão sendo tomados na sede do tribunal em São Paulo.

Ainda serão ouvidas as testemunhas Thiago Martins da
Silva, contratado da VPTB Serviços Gráficos; Elias Silva de Mattos, motorista
registrado como sócio da Focal; e Jonathan Gomes Bastos, motorista da Focal.
Nesta quarta-feira, antes de Isaac, foi ouvido o proprietário da Red Seg
Gráfica Eireli, Vivaldo Dias da Silva, que disse ter agido dentro da lei. A
informação foi fornecida pelo advogado de Vivaldo, Cláudio Cardoso. Todos as
testemunhas são ligados às três gráficas que prestaram serviços à campanha dos
então candidatos à Presidência, Dilma Rousseff, e à Vice-Presidência da
República, Michel Temer.

No início do dia, o advogado da ex-presidenta Dilma
Rousseff, Flávio Caetano, discordou da defesa do presidente Michel Temer,
segundo a qual o PMDB (partido de Temer) não tinha conhecimento da contratação
de gráficas na campanha de 2014, investigadas no processo que pede a cassação
da chapa de ambos. “É uma afirmação completamente errada, porque não existe uma
campanha só de Dilma ou só de Temer”, afirmou Caetano.

De acordo com o advogado, o trabalho feito pela perícia e
o da Polícia Federal “não consideraram elementos essenciais no trabalho de
investigação, principalmente documentos fiscais de conhecimento de transporte,
que demonstraram claramente que todo o material produzido pelas três gráficas
periciadas foi entregue à campanha Dilma e Temer”.

Já o advogado de Temer, Gustavo Bonini Guedes, reiterou
que seu cliente e o PMDB não tiveram responsabilidade na contratação das
gráficas. “O presidente Temer, como vice-presidente, e o PMDB não foram os
responsáveis pela contratação dessas gráficas. Não têm o domínio do fato, não
sabem quem são essas gráficas, não acompanharam, não contrataram, não
discutiram, não avalizaram. Não temos como contraditar esses fatos. Na nossa avaliação,
é uma situação que deve ser apurada em outra esfera, a criminal”, declarou.

(Agência
Brasil)